CENAS DE UMA COPA NA RÚSSIA

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1.O EFEITO VAR

Nesta Copa só se fala em VAR. Tenho a impressão de que esta tecnologia (implantada para minimizar as falhas dos juízes de futebol) foi concebida, sobretudo, para que se xingue um pouco menos os árbitros. Por isso a inovação foi bem recebida  pelas mães dos juízes  na medida em que ao invés de as torcidas chamarem o árbitro principal de  filho da p…   insultarão  também o árbitro de vídeo , dividindo assim os impropérios.

Fico imaginando se o Var for submetido a um juiz  do tipo Gilmar Mendes na função de árbitro de vídeo. Com ele não haveria pênalti, nem impedimento, nem cartão amarelo, muito menos expulsão  para o infrator. As regras  do jogo valeriam apenas para jogadores comuns, já para os  bem aquinhoados até gol de mão (como o famoso de Maradona) passaria. Neste caso, nada tendo a ver com “La Mano de Dios”.

  1. CANONIZAÇÃO Interrompida.

Pelo menos temporariamente, depois do empate do Brasil na Copa, foi interrompido o processo de canonização de Tite promovido por Galvão Bueno, Rede Globo e comentaristas esportivos adoradores do técnico. Estacionou antes de chegar ao Papa,  já que  os primeiros sinais de incômodo com essa santificação antecipada começaram  a pipocar aqui e ali em todo o território nacional.

Acontece que São Tite, na hora de fazer milagres, depende de pedi-los emprestados aos jogadores de talento da seleção como Neymar, Coutinho, Marcelo etc que nem sempre estão inspirados para patrocinar a divinização tão esperada. A Copa é longa e o que se teme é que  um Coutinho só ( que tirou um milagre da cartola fazendo um gol incrível contra a Suíça) não seja  suficiente.

 

3.Penteado 7 , Bola 1.

Bons tempos aqueles em que os craques apelidavam seus gols com títulos bizarros, mas engraçados. Era gol Helicóptero aqui, gol Borboleta acolá, como fazia Dario Maravilha um atacante cujo talento para fazer gols era da mesma ordem de sua capacidade de estabelecer empatia com os torcedores.

 

 

Os tempos mudaram e se tornou mais importante a visibilidade nas redes sociais com gol ou sem gols. Alguns craques são obsessivos em promover  o visual, como qualquer celebridade.   Isso explica porque o goleiro Alisson da seleção brasileira se fez acompanhar, na concentração, de um cabeleireiro pago a peso de ouro.

Neymar, por sua vez, tornou-se um mestre nisso, inovando o que está acima de sua cabeça com maior apuro do que o que tem dentro.  Como muda a cada jogo mais de penteado do que de drible a grande dificuldade para os torcedores é encontrar um apelido à altura para  cada uma de suas performances.

Assim é que basta Neymar adentrar o gramado para que se inicie, entre os torcedores, o exercício de escolher um apelido para o que se vê. Na estreia do Brasil surgiram as opções: Cabelo de Martnália, Penteado Nissin Miojo, penteado Espiga de Milho etc.

Menos mal que restou aos brasileiros esse consolo: quando os gols escasseiam, a diversão é tentar nomear os penteados de Neymar. Qual será o próximo?

José Ewerton Neto é autor de O ABC bem humorado de São Luis

 

 

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