Nos últimos quatro anos, por estar exercendo a função de secretário de estado de Esporte e Lazer, comentei pouco sobre assuntos relacionados a esse setor em meus textos dominicais. Neles preferi tratar sobre o dia a dia, artes, ou política.
Nunca usei do cargo para me autopromover, quando muito usava minha presença para prestigiar a realização de algum evento, mas quase sempre pedia que um ou outro colaborador representasse a secretaria. Agora, já quase no final de meu tempo como gestor da Sedel gostaria de tratar de alguns assuntos concernentes a essa pasta.
Todos sabem que a área esportiva (bem como a cultural), em qualquer governo é sempre colocada em um plano secundário. Até entendo o porquê dessa atitude. Eles sabem da extrema importância que tem saúde, educação e segurança na vida da população. Enquanto eleitores, os cidadãos cobram de seus governantes, ações eficientes, eficazes e efetivas nesses setores.
Acontece que esporte e lazer (cultura e entretenimento) são componentes indissociáveis tanto da educação, quanto da saúde como da segurança. Enquanto não encararmos esse fato como realidade, enquanto não pararmos de dizer isso apenas nos discursos e não incorporarmos essa verdade ao dia a dia das ações de governo, e aqui falo de qualquer governo, nos três níveis da governança, não atingiremos um grau de maturidade política e administrativa condizente a um país justo, progressista e democrático.
Enquanto não houver em cada escola uma quadra polivalente e professores capacitados para dar aulas, não apenas de educação física, mas também de modalidades esportivas (enquanto em cada uma delas não tiver práticas artísticas efetivas, como canto, teatro, artes plásticas, com educadores capacitados), nossas crianças vão continuar saindo das escolas como cidadãos menores.
Não será uma crônica dominical de um secretário de Esporte que está deixando a pasta que vai resolver essa situação. Apenas a conscientização de todos, não apenas de prefeitos, governadores e presidente da República, poderá fazer o esporte (e a cultura) deixar de ser assunto de peso inferior a outros.
Mais que mero financiador de esporte (e de cultura), o governo tem que ser o defensor de ações que garantam que as práticas esportivas (e culturais) deixem de ser a primeira baixa nas crises orçamentárias, pois quando um governo tem que fazer cortes em seu orçamento, o primeiro a ser cortado é do esporte (e da cultura). Isso é um absurdo!
Com um orçamento anual em torno de R$ 8 milhões, algo na casa dos R$ 650 mil ao mês, a Sedel pagou todas as suas contas e realizou tudo o que foi possível ser realizado. Vendo de um ponto de vista mais crítico, não realizou tudo que poderia ter sido realizado.
Por um instante lembrei que há quatro anos eu resisti muito em aceitar ser secretário de Esporte. Achava que era um presente de grego, que era uma forma de não darem a mim o valor que eu acreditava ter. Eu, escritor, cineasta, membro das Academias Imperatrizense e Maranhense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, deputado desde 1982, ser indicado para a Sedel e não para a Seduc, SECMA ou SECTEC! Para mim isso era um ultraje. Hoje, quatro anos depois, vejo que seria difícil fazer mais e melhor naquelas pastas do que acredito ter feito na que me foi confiada.
Sobre a governadora Roseana Sarney devo dizer que ela prontamente ajudou sempre que foi procurada. Sou muito grato a ela principalmente por ter sido a governante que instalou aquela que em minha opinião é a mais importante lei ligada à área esportiva (e cultural) de nosso Estado. Falo da Lei de Incentivo ao Esporte (e à cultura), que eu tive a honra de apresentar e aprovar na Assembleia Legislativa, como último ato de minha vida parlamentar, em 2010.
Espero que no futuro governo, e nos que virão depois dele, não apenas essas leis sejam mantidas e preservadas, mas quem sabe, ampliadas e melhoradas.
Outras coisas sobre a pasta que ainda dirijo, poderiam ser ditas aqui. Poderia falar da importância da reforma do Castelão para o soerguimento do futebol maranhense, da reconstrução do Costa Rodrigues, do fato de que a cada ano, nos últimos quatro, os JEM’s cresceram em número de municípios, escolas e atletas participantes, que a nossa representação na versão nacional dos jogos se ampliou em quantidade e qualidade, que foram inúmeras as participações de nossos representantes em competições nacionais e internacionais, sempre fazendo boas performances e trazendo medalhas e troféus…
Não vou dizer que tudo foi um mar de rosas, porque não foi. Tivemos problemas, mas graças a Deus resolvemos quase todos, com exceção de uns poucos, sendo o mais grave o caso das piscinas do CEOC – Complexo Esportivo do Outeiro da Cruz.
Esse caso deixa-me extremamente chateado, pois foi impossível resolvê-lo. Tive que escolher entre realizar o que era premente e possível e o que demandaria muito recurso financeiro e traria pouco retorno esportivo.
Espero que o próximo gestor da Sedel consiga resolver esse problema, avisando que deixo aprovado um projeto através da Lei de Incentivo ao Esporte para este fim, mas que até a presente data o proponente ainda não conseguiu uma empresa que o desejasse patrocinar.
Deixo ao meu sucessor mais de R$ 1,5 milhão na conta do Fundo Estadual de Esporte, além de material e equipamentos para tocar a Sedel nos primeiros meses. Entrego também a sede da secretaria reformada e equipada com móveis e utensílios novos, além de entregar reformados os Ginásios Georgiana Pflueger, Guioberto Alves e Rubem Goulart.
Deixo também recursos na Caixa Econômica, oriundo de emendas parlamentares, destinados à reforma da pista de atletismo, à construção de um stand de tiro esportivo e à finalização de quatro praças da juventude, e outro conseguido no Ministério dos Esportes, graças ao deputado Francisco Escórcio, para melhorias no Estádio Castelão e no CEOC, inclusive a construção de uma estrutura onde poderão ser instaladas todas as federações esportivas ou até mesmo uma escola com 10 salas de aula para atender os jovens do entorno do complexo esportivo, tudo isso com respectivos projetos prontos.
Para finalizar, devo dizer que muito me honrou trabalhar com as pessoas que tanto me ajudaram na tarefa que nos foi confiada e que acredito levamos a cabo satisfatoriamente.
Foram quatro anos de muito trabalho e de grandes desafios, e mesmo que não tenhamos vencido todas as partidas, fica a certeza de que, como deve ser sempre no esporte e na vida, fizemos o melhor e lutamos o bom combate.
Dedico esse texto à memória do professor Emílio Feitosa Mariz, um dos maiores incentivadores dos esportes estudantis do Maranhão.
Foto: Biaman Prado
O médico Luiz Alfredo Netto Guterres foi morto hoje, por volta de 10h manhã quando chegava em sua residência, na rua Santa Quitéria, no Jardim Eldorado, no Turu.
Luiz Alfredo era diretor do Hospital Carlos Macieira e do Hospital Geral Tarquínio Lopes Filho. Ele era casado e tinha três filhos.
O médico teria sido surpreendido por quatro homens que estariam em uma Pajero TR4, no momento em que abria o portão de casa.
Segundo as primeiras informações da Polícia, bandidos entraram na garagem, houve discussão e Luís Alfredo foi atingido por dois tiros.
Os bandidos levaram dois aparelhos de telefone celular que estavam com a vítima.
O corpo de Luiz Alfredo será velado no Pam-Diamante.
A decisão da governadora Roseana Sarney (PMDB) de não mais se candidatar a senadora na eleição deste ano e ficar no cargo até o fim do mandato, por algum tempo fez parecer que a líder do grupo que será oposição a partir de janeiro de 2015 estaria mesmo se afastando definitivamente da vida política. Os mais recentes movimentos da peemedebista e algumas de suas declarações, no entanto, levam a crer que, mesmo que 2015 seja um “ano sábatico” – como ela mesmo definiu que seria – um retorno às disputas eleitorais não parece uma realidade distante.
Roseana só afirma que continuará atuando poliicamente, mas descarta disptuar novos mandatos. Para os aliados mais próximos, no entanto, há várias possibilidades para a governadora já a partir de 2015.
Ainda em 2010, quando se reelegeu governadora pela quarta vez, Roseana já dizia que não pretendia mais disputar eleições. Cumpriu a promessa este ano, apesar dos apelos dos aliados para que disputasse a vaga no Senado, para a qual foi eleito o socialista Roberto Rocha.
O dia 30 de setembro marcou a primeira vez em que Roseana admitiu a possibilidade de retorno à vida política. Na ocasião, durante a entrega de uma Unidade de Segurança Comunitária (USC) do Coroadinho, Roseana disse que não iria “largar a política” e deu a entender que descansaria em 2015 para, então, retornar à lide em 2016.
“Não vou me aposentar. Gosto do trabalho. Não vou largar a política. Ano que vem será um ano sabático para mim”, disse.
Desde então, várias foram as especulações em torno do futuro da governadora, a partir desta declaração.
Quase um mês depois, no dia 22 de outubro – durante visita à obra de urbanização do Espigão, entregue na sexta-feira – novamente o tema voltou à pauta. E, mais uma vez, a governadora admitiu que não se afastaria em definitivo da política. Afirmou não saber se ainda disputaria mandato eletivo, mas garantiu que continuaria “politicando”.
Segundo turno – Àquelas alturas, o comunista Flávio Dino (PCdoB) já havia sido eleito governador do Maranhão e Roseana mobilizava seu grupo para garantir a vitória de Dilma Rousseff (PT) no 2o turno da eleição presidencial no estado.
Desde o resultado das eleições presidenciais, a governadora passou a circular ainda mais nos meios políticos e populares, uma espécie de teste de popularidade. E foi aprovada.
Foi assim em Brasília, durante reunião do PMDB; em Imperatriz, ao visitar e inaugurar obras do governo ao lado do prefeito Sebastião Madeira (PSDB), e sexta-feira, em São Luís, quando entregou a primeira etapa das obras de urbanização do Espigão Costeiro da Ponta d’Areia.
A expressiva votação dde Dilma no Maranhão reforça a tese de que a governadora pode ser alçada a um posto no novo governo Dilma – o que se tornou ainda mais factível depois da recente recepção promovida a ela pelo ministro das Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, em reconhecimento ao seu trabalho pela reeleição da presidente no Maranhão.
A posse em um ministério, entretanto, é apenas um dos caminhos que podem ser tomados pela governadora Roseana assim que ela deixar o Palácio dos Leões.
O Estado