Números da violência divulgados pelo governo não batem com a realidade

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Homem foi morto na tarde desta quarta-feira no Centro, em plena luz do dia
Homem foi morto nesta quarta-feira no Centro, em plena luz do dia

Divulgar com estardalhaço quando convém e ignorar solenemente se o dado não for favorável. O governo da mudança tem-se guiado por essa máxima na apresentação de balanços das mais diferentes áreas da administração estadual. A manipulação de números tem sido adotada com maestria pelos comunistas na divulgação de estatísticas da segurança pública. A propósito, os resultados da área policial têm sido usados como capital político pelo governador Flávio Dino, que mesmo já tendo entrado no nono mês de governo, insiste em não descer do palanque.

Ao apresentar, ontem, o saldo de homicídios dolosos registrados na Região Metropolitana de São Luís mês passado, a Secretaria Estadual de Comunicação (Secom) limitou-se a fazer o comparativo com agosto de 2014, espelhando-se no governo passado para tentar exibir algum avanço. Nada mais conveniente para os poderosos de agora, pois entre os dois períodos houve queda de 11,2% – diminuição pouco significativa, diga-se de passagem.

Por outro lado, a Secom não fez nenhuma menção ao aumento de quase 78% verificado em relação ao mês anterior, o que seria até mais apropriado, levando-se em conta que as ações de segurança pública devem estar sempre vinculadas ao momento presente.

De um governo como o de Flávio Dino não poderia se esperar outra coisa senão a omissão de números indesejáveis. Não deu outra: a elevação do número de assassinatos de 45 para 80 entre os dois últimos meses, que denuncia a reedição da carnificina na Ilha, não mereceu uma linha sequer de texto ou menção ao microfone na mídia alinhada ao Palácio dos Leões.

Um detalhe chama atenção neste momento em que os assassinatos se sucedem a uma frequência assustadora em São Luís: os crimes estão sendo cometidos quase que exclusivamente nas ruas, diferente do que ocorria outrora, quando grande parte das mortes era registrada no Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Tal fenômeno comprova que as vítimas potenciais da violência são os cidadãos que gozam de plena liberdade, vulneráveis ao exercer o direito legítimo de ir e vir.

A omissão de números indesejáveis relativos à violência é um traço típico dos covardes. Mais um predicado negativo atribuído ao governo da mudança, já tão criticado por sua tendência a perseguir e ser mesquinho com desafetos.

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