Por muito pouco outro motorista não perdeu a vida em um assalto a ônibus em São Luís. O episódio aconteceu no último fim de semana, na Ilhinha, e foi relatado a este blog, em tom de revolta, por um parente da vítima. No último dia 20 de abril, o motorista Edinaldo Lima Frazão, 49 anos, foi assassinado em um assalto ao coletivo que dirigia na avenida dos Africanos. Por pura sorte, a estatística se manteve inalterada.

Maickson Oliveira Gomes, 29 anos, é motorista da empresa Benedito Leite, é casado e pai de dois filhos. Habituado a trabalhar na linha Calhau/Litorânea, ele foi deslocado, domingo, para a linha Ponta d’Areia, cujo itinerário compreende algumas das áreas mais perigosas de São Luís.

Por volta das 20h, ele trafegava pela avenida Ferreira Gullar quando um grupo formado por cinco bandidos anunciou o assalto e passou a roubar pertences de todos os que estavam no coletivo. Assim que terminaram o raspa, os assaltantes desceram do ônibus e saíram em disparada.

Mas um deles, aparententando ser menor de idade, decidiu voltar e, movido por um instinto demoníaco, sacou um revólver calibre 32 e, sem a mínima compaixão, apontou-o em direção à cabeça de Maickson. O bandido apertou o gatilho uma vez, mas a arma não disparou. Acionou novamente, e nada, até que um comparsa o puxou pela camisa, alegando que havia “sujado”, termo que no jargão dos criminosos quer dizer que alguém testemunhava a cena.

Ao motorista restou o desabafo: “preciso trabalhar, é impossível parar. Graças a Deus, não aconteceu o pior”.

Foto: arquivo/O Estado do Maranhão