Polícia do bem e do mal

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Na atividade policial, assim como em todas as outras profissões, há os bons e os maus. Essa máxima tem ficado cada vez mais evidente quando se constata o envolvimento em alta escala de membros das polícias Militar e Civil com a criminalidade. Felizmente, os bandidos disfarçados de guardiões da segurança (ainda) são minoria. Contrapondo-se à ação desses malfeitores, há muitos que não só exercem suas funções com retidão, como encontram tempo e disposição para prestar outros serviços de igual relevância à sociedade. 

O caso mais recente da associação de policiais ao crime tem como protagonistas o sargento José de Ribamar Cunha, o cabo Carlos Alberto Silva Santos, o soldado Josielmo da Costa e os civis Maicon Greice Santos e Luís Henrique Madeira, o Negão. Acusados de cometer os crimes de sequestro-relâmpago e extorsão contra um casal de empresários de São Luís, os cinco denegriram gravemente a imagem das corporações às quais pertencem e hoje são alvo de execração pública.

Embora tratada com certa reserva pela cúpula do sistema de segurança, a ligação de policiais com o crime é uma realidade. Por isso, dizer que o episódio acima citado trata-se de um fato isolado é uma tentativa frustrada de ocultar uma situação que há muito deixou de ser novidade, até para o menos letrado dos cidadãos. E a cada dia aumenta o leque de atos de violência com participação direta daqueles cujo papel é combatê-los. Tráfico, extorsão, roubo e homicídio são só algumas modalidades de crime que têm policiais como autores, para desgosto geral.

Bons prevalecem

Seguindo o caminho inverso, ainda há exemplos de policiais que fazem do ofício um sacerdócio e o dignificam ainda mais ao associá-lo a outras atividades. É o caso do sargento Gilvan Moura, conhecido no meio artístico como Gilvan Mocidade, que faz parte do corpo de segurança da Assembléia Legislativa do Maranhão e nas horas vagas esbanja talento como cantor, letrista e compositor. 

Autor das letras e melodias apresentadas na avenida por Favela e Turma do Quinto entre os anos de 2007 e 2010, o militar/artista agora quer transpor as divisas do Maranhão. Disposto a vencer mais esse desafio, ele se empenha para emplacar uma de suas composições como samba-enredo da escola carioca Beija-Flor, que homenagerá São Luís em 2012, ano em que a cidade completará 400 anos. 

Embora o envolvimento de policiais com o crime seja cada vez mais visível, o predomínio ainda é dos bons. Para evitar que o quadro se inverta, é preciso extirpar dos quartéis e delegacias todos aqueles cuja atuação é motivo de desonra para a classe.

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