Flávio Dino prioriza entrega midiática de ambulâncias e fecha os olhos para o caos e a corrupção na saúde

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Flávio Dino, três secretários do governo, o prefeito e outras duas autoridades no ato da entrega da ambulância: sete pessoas para exibir uma única chave

Desde que assumiu o poder, há três anos, o governador Flávio Dino (PCdoB) vem dando mais valor às cerimônias midiáticas de entrega de ambulâncias a prefeitos do interior do Maranhão do que às medidas efetivas de gestão da saúde. O resultado da inversão de prioridades é trágico: caos generalizado em hospitais e nas demais unidades de atendimento e corrupção desenfreada no setor, tendo como ápice o desvio de R$ 18 milhões investigado pela Polícia Federal, que resultou também na prisão de uma ex-subsecretária e de outros gestores da área.

Nesta terça-feira, o comunista entregou mais uma ambulância. O município de Anajatuba foi o contemplado da vez. O secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula, divulgou o feito em seu perfil no Instagram, em tom de comemoração. E fez questão de ressaltar que desde o início do governo Flávio Dino já foram entregues 142 veículos de socorro médico a igual número de prefeituras, como se a boa prestação de serviços de saúde ao povo dependesse unicamente de locomoção.

Enquanto o governador e seu séquito posam para fotos balançando chaves de ambulâncias, pacientes morrem por falta de atendimento adequado, como é o caso dos doentes renais, privados de tratamento porque os três centros de nefrologia prometidos por Dino, que deveriam ter entrado em operação no mês passado, jamais foram inaugurados.

Se nos atos de entrega das ambulâncias os governistas abusam do exibicionismo, no interior dos hospitais, nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e demais estabelecimentos vinculados à saúde estadual o comportamento é exatamente o contrário. Com extensas filas e enfermos agonizando em salas de espera, as unidades são protegidas de olhares externos, uma vez que a ordem é esconder a realidade. Se pudessem, os palacianos também encobririam os frequentes atrasos de salários de médicos e de outros profissionais de saúde, mas a insatisfação é tamanha que os descontentes sempre fazem o seu drama chegar ao conhecimento público.

A preocupação em ocultar o caos pode ser percebida em uma mensagem transmitida por uma secretária-adjunta da Saúde alertando a servidores sobre a série de vistorias que será feita em breve pela deputada estadual Andréa Murad (MDB) às seis UPAs que funcionam na região metropolitana de São Luís, nos bairros Bacanga, Vinhais, Vila Luizão, Cidade Operária, Parque Vitória e Araçagi. Duas determinações repassadas aos funcionários chama atenção, justamente por representar clara omissão de informações: impedir que a parlamentar circule livremente dentro das UPAs e não interromper o trabalho para prestar qualquer esclarecimento que seja a ela.

Sobre a corrupção, os atos de improbidade foram sendo revelados aos poucos, em escala crescente, no que se refere aos estragos. Se de início o que vinha à tona eram casos de favorecimento, como o de uma enfermeira, amiga do secretário de Comunicação e Assuntos Políticos, Márcio Jerry, que ganhava R$ 13 mil como servidora fantasma de um hospital em Imperatriz, e o de uma advogada ligada ao secretário Carlos Lula que recebia R$ 9 mil como assessora especial da SES, sem trabalhar, com o passar do tempo, a farra na saúde foi se tornando cada vez mais grave. Até que em novembro estourou a Operação Pegadores, que apurou o desvio de R$ 18 milhões na saúde, empurrando mais uma vez Flávio Dino e o Maranhão para o epicentro de um escândalo de repercussão nacional.

Mesmo com evidências de sobra de quão desastrosa tem sido a gestão da saúde nos 36 meses de governo comunista, Flávio Dino tenta rebater as acusações que lhe pesam sobre os ombros. Mas cada negação de culpa é confrontada por um fato concreto, que reforça as acusações, sobretudo por envolver pessoas que outrora gozavam de total confiança do Palácio dos Leões.

Talvez por isso o governador esteja buscando outros temas para se amparar, com destaque para números que lhes são favoráveis, mas que dia após dia são negados por institutos sérios e pela própria realidade.

2 comentários para "Flávio Dino prioriza entrega midiática de ambulâncias e fecha os olhos para o caos e a corrupção na saúde"


  1. Olvia Holanda

    É muita safadeza!Deveriam providenciar medicamentos e Hospitais de qualidade,para o povo.Ou será que Ambulância estar bastando?

  2. EDSON ALMEIDA DE SOUSA

    Eita turma que chora..adeus oligarquia do bigode..

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