Lítero realiza tradicional baile de Carnaval em sua sede, na Rua do Sol, Centro de São Luís

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É o charme dos salões se firmando na agenda carnavalesca da capital maranhense

O casal Martha Viegas Campos e Manoel Campos, que parabenizaram a realização do baile de Carnaval do Lítero, promovido nesse sábado (27)

Assim como o Carnaval de rua vive seu esplendor, outra manifestação que se esvaziou a partir dos anos 70 retorna com fôlego impressionante: os bailes de salão. O Grêmio Lítero Recreativo Português (GLRP), reconhecido por ter realizado grandes festas momesca, quando a sede da entidade ainda era na Rua Antônio Raposo, do bairro Anil, viu nesse sábado (27) seu salão “Carlos Ramos Amorim” da atual sede, localizada na Rua do Sol, Centro, mais cheio, ao promover o primeiro baile de Carnaval, nos novos tempos, e dos próximos anos. E, para coroar o movimento, o Lítero prometeu “bis” no domingo de Carnaval, comemorado no dia 11 de fevereiro de 2018.

O presidente do Conselho Deliberativo do Grêmio Lítero, José Maria Alves da Silva – que foi o idealizador do baile, ladeado pelo ex-presidente e conselheiro da entidade Osvaldo Barros e pelo atual presidente Carlos Nina

Músicos, sócios, diretoria do Lítero, produtores, e convidados foram afinados no coro de que este fenômeno (a volta dos bailes de salão) é uma boa alternativa para o desconforto que tomou conta das grandes aglomerações do carnaval de rua, refletido a falta de banheiros, no assédio às vezes exagerado de foliões menos educados e, principalmente, na perda do espírito de bairro, da reunião de uma turma de amigos para vestir fantasias e partir em busca de diversão.

“Era um sonho meu e de muita gente a volta dos bailes, que reúnem a família para a brincadeira. Lembro que eu desde criança ia às festas de salão do Lítero no clube do Anil e encontrava o meu bairro todo lá. Eu tenho guardado com carinho vídeos de momentos como esse no Lítero”, contou Martha Viegas Campos, que é administradora por profissão e aposentada pública federal do INSS.

“De 1920 a 1970 tinha carnaval de salão com marchinhas e sambas em todo o Brasil. Vejo essa retomada com muita felicidade, depois de olhar a Rua do Sol tomada por blocos, como esses que podemos acompanhar pela janela do salão de festa do Lítero, porque a gente percebe que nada morre. Esse resgate da beleza e da brincadeira do baile de salão é muito saudável, o Lítero está de parabéns”, parabenizou o administrador, que também é sócio do Lítero, Manoel Campos, de 72 anos.

O RETORNO DO GLAMOUR

Flávia Veras, que é a organizadora do baile, e diretora social do Lítero

A retomada do baile de salão do Lítero teve como idealizador o presidente do Conselho Deliberativo do GLRP, José Maria Alves da Silva. “A entidade já havia feito bailes, mas paramos. Este ano, voltamos a investir. É um resgate do carnaval de antigamente, uma ‘onda’ retrô com nova roupagem. A festa promovida pelo Lítero é para deixar saudade na turma balzaquiana (com trinta anos de idade ou mais) e que é uma novidade para os jovens”, declarou José Maria ao afirmar que o salão de eventos Carlos Ramos Amorim – português falecido, que, por mais de oito vezes teria sido eleito presidente do Grêmio Lítero -, revitalizado em 2011, já foi palco de, também, muitas manifestações políticas.

A nova roupagem citada pelo presidente do Conselho Deliberativo, na festa realizada nesse sábado (27), ficou a cargo da diretora social do Lítero, a publicitária Flávia Veras. Foi ela quem assinou a decoração do salão para o baile. Nas paredes, máscaras de Carnaval, bolinhas brilhantes, e colares havaianos. Um globo de luz espelhado e fitas coloridas também enfeitaram a festa.

O casal Maria José e Hugo Leonardo Trabulci, que prestigiaram o evento

O palco recebeu flores de papel, produzidas artesanalmente e que ganharam as cores da bandeira de Portugal: vermelho e verde. Nas mesas, esperavam pelo público pacotes de confetes e rolos de serpentinas. Na programação, a banda Embala Brasil do músico Oberdam. Por exigência dos foliões, a banda tocou as antigas e atemporais marchinhas, com refrãos “se pensa que cachaça é água, cachaça não é água não” e “mamãe eu quero, mamãe eu quero mamar”.

Flávia Veras afirmou ter assumido há seis meses a diretoria social do clube e desde o início de sua gestão sempre idealizou produzir um tradicional baile de Carnaval. “Minha família é sócia do Lítero desde quando eu tinha três anos. Passei toda a minha adolescência curtindo as noites esportivas e os bailes carnavalescos. A gente precisava fazer essa festa para começar um projeto maior. Temos uma sede linda, um salão revitalizado, então, por que não promover um baile, afinal de contas, o Lítero não morreu, e esse evento é um revival”, disse Flávia Veras, ao reafirmar que a festa foi aberta para sócios e convidados. Porém, a entrada franca e sem restrições, permitiu que quem quisesse participar do baile era só aparecer – caso que aconteceu com alguns foliões, como o casal Maria José e Hugo Leonardo Trabulci, que estava no carnaval de rua e foi atraído pela musicalidade, harmonia e aconchego do salão do Lítero.

PEDIDO DE “BIS”

Carlos Ramos Amorim Júnior (e família), cujo salão de festa do Lítero leva o nome de seu pai, o português Carlos Ramos Amorim

Devido ao sucesso da festa, antes mesmo que o baile chegasse ao fim, o público já clamava por bis. “Conforme os apelos por mais uma edição do baile do Lítero, o vice-presidente do GLRP Mayko Monteiro Dias propôs outra festa com a mesma banda, a Embala Brasil, e toda a diretoria aprovou, ficando certo que, no domingo de Carnaval, dia 11 de fevereiro, a partir das 15h, abriremos mais uma vez as portas do nosso salão”, anunciou no palco do evento de sábado, o atual presidente do Lítero, o advogado Carlos Nina.

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