O exercício pode evitar o Alzheimer, regulando os níveis de ferro no cérebro

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Manter-se fisicamente ativo ajuda a preservar a flexibilidade do cérebro e protege a memória

A atividade física regular oferece uma ampla gama de benefícios à saúde. Isso inclui o risco reduzido de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, vários problemas de saúde mental e tão temida demência.

Manter-se fisicamente ativo ajuda a preservar a flexibilidade do cérebro e protege a memória. Também minimiza o declínio que pode ocorrer no crescimento das células nervosas e na conectividade, à medida que as pessoas envelhecem.

Pesquisas feitas em uma espécie de camundongo sobre a da doença de Alzheimer mostraram que o exercício pode até mesmo reverter algumas das deficiências cognitivas que caracterizam esta forma de demência. A continuação destes estudos mostrou que práticas físicas pode atrasar o progresso do Alzheimer, alterando a forma como o cérebro armazena minerais como o ferro.

O estudo, liderado por pesquisadores da University of Eastern Finland, em Kuopio, foi publicado no International Journal of Molecular Sciences.

Fatores de risco ligados ao estilo de vida

A doença de Alzheimer, a forma mais comum de demência, causa a degeneração de partes do cérebro que desempenham um papel primordial na memória, no pensamento e na linguagem. Até 2020, cerca de 1,5 milhão de pessoas já foram diagnosticados com Alzheimer. O número de pacientes no mundo é estimado em 35,6 milhões. Com o envelhecimento da população global esses números aumentarão significativamente – a projeção para 2030 é de 65,7 milhões de portadores e, em 2050, 115,4 milhões – sendo que dois terços dos casos em países em desenvolvimento.

A maioria dos casos está associada a doenças relacionadas à idade e fatores de risco genéticos, mas fatores de estilo de vida – como sedentarismo e dieta inadequada – desempenham papéis importantes. Existem indícios que tanto o processo normal de envelhecimento quanto o de Alzheimer estão associados à maneira como o cérebro lida com o ferro.

O papel do ferro no organismo

O ferro é fundamental para o funcionamento do organismo, pois atua no processo respiratório transportando oxigênio e dióxido de carbono. Faz parte das enzimas essenciais do processo de respiração celular e produção de energia. O baixo consumo deste mineral resulta em anemia, que resulta em diversos sintomas como cansaço, dores de cabeça, dificuldade de coordenação e aprendizado, redução da imunidade, entre outros. Portanto, o ferro não pode faltar no corpo – e no caso de níveis baixos, é imprescindível suplemento de ferro.

Mas, por outro lado, quando em excesso, o ferro pode desencadear reações oxidativas, aumentando a produção de radicais livres. Esse desequilíbrio entre uma formação de radicais livres e as enzimas que defendem o organismo dos seus danos pode levar à oxidação de elementos celulares fundamentais para um funcionamento do corpo. Indivíduos que já possuem uma produção de radicais livres aumentada, como por exemplo os que sofrem de Alzheimer, devem repor o ferro se necessário, mas de forma a não contribuir para o aumento do estresse oxidativo.

Alzheimer e os níveis de ferro no cérebro

Uma pesquisa publicada na NCBI (National Center for Biotechnology Information), uma secção da United States National Library of Medicine, dos Estados Unidos, relacionou o acúmulo de ferro no cérebro e as mudanças no metabolismo do ferro à formação de placas de uma proteína tóxica chamada beta-amilóide, que caracteriza a doença.

O exercício regular pode melhorar o metabolismo do ferro e prevenir o acúmulo desse mineral no cérebro. De acordo com um novo estudo, a atividade física reduziu os níveis das proteínas ferritina e hepcidina que promovem o armazenamento de ferro no córtex cerebral, além de diminuir a quantidade de beta-amilóide no cérebro de ratos que estavam predispostos a desenvolver a doença de Alzheimer.

Ao mesmo tempo, as concentrações da molécula sinalizadora interleucina-6 (IL-6), que promove a inflamação, foram menores no córtex e no plasma sanguíneo dos animais que se exercitaram. Em humanos, o exercício regular é conhecido por suprimir a quantidade de IL-6 circulante no sangue, enquanto a inatividade aumenta esses níveis. A IL-6, que pode atravessar a barreira hematoencefálica, promove o armazenamento de ferro por meio de seus efeitos na hepcidina durante a inflamação.

Os pesquisadores, portanto, especulam que, ao suprimir a IL-6, o exercício regular ajuda a proteger o cérebro da interrupção da homeostase do ferro, que é uma característica tanto do envelhecimento quanto do Alzheimer.

Conclusão do estudo

Este estudo destaca a importância da desregulação do ferro no Alzheimer, e demonstra que o exercício de corrida voluntária de longo prazo modula a homeostase do ferro no cérebro e nos músculos esqueléticos. A principal limitação do estudo é que se trata de um modelo animal da doença, que pode diferir de maneira importante da apresentação da doença em humanos. Além disso, os exercícios podem ter efeitos diferentes no metabolismo do ferro em ratos e pessoas.

Fatores de risco para a doença de Alzheimer

Idade: o fator de risco mais significativo para a doença de Alzheimer é a idade. Pessoas com mais de 65 anos de idade têm maior probabilidade de desenvolver Alzheimer do que pessoas mais jovens. Aos 85 anos de idade, a Alzheimer’s Association estima que 1 em cada 3 pessoas tenha a doença.

Histórico familiar: ter um parente próximo com doença de Alzheimer aumenta o risco de desenvolvê-la.

Traumatismo craniano: pessoas com casos anteriores de traumatismo cranioencefálico grave, como acidente com veículo motorizado ou esportes de contato, parecem estar em maior risco de desenvolver a doença de Alzheimer.

Saúde do coração: problemas de saúde no coração ou nos vasos sanguíneos podem aumentar a chance de desenvolver a doença de Alzheimer. Os exemplos incluem hipertensão, derrame, diabetes, doenças cardíacas e colesterol alto. Isso pode danificar os vasos sanguíneos do
cérebro, aumentando risco de doença de Alzheimer.

Sinais e sintomas iniciais

A doença de Alzheimer geralmente envolve uma perda gradual das funções cerebrais. Os primeiros sintomas podem incluir períodos de esquecimento ou perda de memória. Com o tempo, o indivíduo pode sentir confusão ou desorientação em ambientes familiares, inclusive em casa.

Outros sintomas podem incluir mudanças de humor ou personalidade; confusão sobre tempo ou lugar; dificuldade com tarefas de rotina, como lavar roupa ou cozinhar; dificuldade em reconhecer objetos comuns; dificuldade em reconhecer pessoas; perda frequente de objetos e pertences.

Com o tempo, uma pessoa com Alzheimer pode precisar de uma quantidade cada vez maior de assistência na vida diária, em tarefas como escovar os dentes, se vestir e se alimentar, ou outra atividade qualquer que realizava sozinha.

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