Maranhão registra taxa de óbitos quase 9% superior à média nacional na pandemia

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Em relação à região Nordeste, o estado é o 1º colocado em aumento do número de mortes deade o início da crise da Covid-19, segundo as Estatísticas do Registro Civil, divulgadas pelo IBGE

Variação anual de óbitos saltou de uma média de 1,8% ao ano para 14,9% no Brasil, influenciada pela Covid-19

O Maranhão é um dos estados com maior aumento do número de mortes durante a pandemia do novo coronavírus. A alta registrada no estado foi se 23,8%, quase 9% superior à média nacional, de 14,9%. Os dados integram as Estatísticas do Registro Civil, divulgadas no último dia 18 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e que trazem dados sobre nascimentos, óbitos e casamentos de mais de 7.900 cartórios de Registro Civil de Pessoas Naturais (RCPN) do país.

De acordo com o levantamento, o Maranhão apresenta a 6ª maior alta da média de mortes dentre as 27 unidades da federação, atrás apenas do Amazonas (31,9%), do Pará (27,9%), Mato Grosso (27%), Distrito Federal (26,6%) e Roraima (25,6%). Em relação aos nove estados da região Nordeste, é o primeiro colocado em aumento da taxa de óbitos na pandemia.

O ano de 2020, que marcou a chegada da Covid-19 no Brasil, teve cerca de 196 mil mortes a mais que o ano de 2019. A variação, de 14,9%, foi a maior desde 1984, segundo os registros civis em cartórios. Já os nascimentos e casamentos mantiveram a tendência de queda que vem sendo observada nos últimos anos, porém os matrimônios recuaram muito acima da média: 24,6%.

“A alta no número de óbitos observada entre 2019 e 2020 foi muito fora do comum quando vemos como foi esse movimento nos anos anteriores. Olhando desde 1984, mesmo que as séries mais antigas não sejam comparáveis com as atuais, pois o índice de sub-registro era muito alto, é possível observar que nunca antes tivemos uma variação acima de 7% de um ano para outro. Sendo que, em geral, o incremento ficava abaixo ou em torno de 3%. De 2010 a 2019, a média de variação foi de 1,8%”, analisa a gerente da pesquisa, Klívia Brayner.

O número de óbitos registrados no Brasil passou de 1.314.103 em 2019 para 1.510.068 em 2020, significando 195.965 mortes a mais no ano passado. Esses números incluem apenas os registros com informação de sexo e idade da pessoa falecida. Considerando o total de registros, os números são 1.317.292 (2019) e 1.513.575 (2020), com diferença de 196.283 entre os dois anos. De 2018 para 2019, essa variação foi de 2,6% (33,8 mil óbitos a mais).

Mais de 99% da variação dos óbitos em 2020 ocorreu nas mortes por causas naturais classificação que inclui os óbitos decorrentes de doenças, como a Covid-19.  E 75,8% na faixa de idade de 60 anos ou mais. Nessa classe etária, houve aumento de 16,3% (148,6 mil) nos óbitos em 2020, frente a uma variação de 4,5% no biênio anterior. Na faixa dos 15 aos 59 anos, a alta foi de 14,9% em 2020, frente a uma queda de 1,2% no biênio anterior. Já entre crianças e adolescentes de até 15 anos, por outro lado, houve uma grande redução de óbitos (-15,1%, contra -1,0% anterior).

“Houve um crescimento bastante relevante das mortes por causas naturais, o que é condizente com o cenário de uma epidemia. Por outro lado, o fato de as crianças e adolescentes terem ficado em casa parece ter reduzido expressivamente os óbitos até os 15 anos, talvez pela menor exposição a agentes patógenos em geral ou a riscos de causas externas”, comenta Brayner.

Além disso, o aumento no número de óbitos de 2019 para 2020 foi relativamente maior entre os homens (16,7%) do que entre as mulheres (12,7%).

“Os homens, em geral, têm uma taxa de mortalidade maior, principalmente na faixa dos 20 a 24 anos. Em 2020, por exemplo, um homem com essa idade tinha 2,1 vezes mais chances de morrer por causas naturais que uma mulher. Já se as causas forem externas, como homicídios ou acidentes, essa diferença chega a ser de 9,6 vezes. Com o avanço da idade, a sobremortalidade masculina diminui”, ressalta Brayner, acrescentando que esses índices não apresentaram variações significativas entre 2018 e 2019.

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