As cenas de baixaria protagonizada pelos vereadores Álvaro Pires e Domingos paz no plenário da Câmara Municipal de São Luís, na sessão desta terça-feira (23), é o reflexo da falta de estatura do atual presidente, Paulo Victor, para exercer o cargo. Desmoralizado perante a classe política e, principalmente, entre os seus pares, Paulo Victor não ousou, em nenhum momento, intervir para estabelecer a ordem na Casa.

Também pudera. Que respaldo tem um agente público acusado de envolvimento em uma série de atos atípicos enquanto esteve à frente da Secretaria de Estado da Cultura (Secma), seja como chefe da pasta, seja como figura influente, às custas da confiança que conquistou no Palácio dos Leões, algo que parece ter perdido completamente?

A propósito, confiança é algo que Paulo Victor nunca mereceu. Que o diga um figurão da política local pouco alinhado ao atual governo, que recebeu a visita ilustre do presidente da Câmara Municipal, na comemoração do seu aniversário, e teve a honra de tê-lo como financiador da banda musical que animou a festa. Detalhe: o pagamento foi feito em espécie, no banheiro da festa, segundo relatou ao blog uma fonte muito bem situada nos bastidores do entretenimento.

Paulo Victor também costuma pecar por falta de decoro e compostura e talvez por isso, também, não tenha se sentido em condições de interferir no conflito entre os dois colegas vereadores. Um exemplo dos arroubos chulos do presidente da Câmara Municipal ocorreu durante o ato da sua filiação ao PSDB, quando ainda acalentava a sua natimorta candidatura a prefeito de São Luís. Na ocasião, vociferou ao microfone que acolhia em sua equipe “qualhiras” e “sapatões”, termos que ecoaram em tom constrangedor no ambiente e desagradaram até mesmo membros da comunidade LGBTQIA+.

Em meio à baixaria que tomou conta do plenário, transmitida ao vivo pelos canais digitais da Câmara Municipal, restou a Paulo Victor recorrer à prudência, se recolher à sua insignificância e silenciar, pois, como diz o adágio popular, calado ainda está errado.