O governador Flávio Dino (PCdoB) segue nomeando para cargos na administração estadual aliados derrotados na última eleição municipal, no interior do Maranhão. Mais uma vez, a secretaria escolhida foi a de Comunicação Social e Assuntos Políticos, chefiada pelo jornalista Márcio Jerry, braço direito de Dino e segundo homem mais forte da gestão comunista. Em dezembro do ano passado, a pasta acomodou, em um ato só, quatro partidários que não tiveram sucesso nas urnas (reveja aqui).

Desta vez, os contemplados foram Raimundo Nonato Everton Silva, o Nato da Nordestina (PP), e Pablo Sales Rodrigues (PDT), que disputaram e perderam as eleições de prefeito e vice prefeito de Vitória do Mearim e Lago da Pedra, respectivamente. O primeiro foi nomeado superintendente de Articulação Regional de Viana; o segundo assumiu posto equivalente em Lago da Pedra. O ato com a dupla nomeação foi publicado no Diário Oficial do Estado em 27 de março.

Apadrinhado pelo deputado federal Waldir Maranhão, Nato da Nordestina liderou as pesquisas eleitorais em Vitória do Mearim por boa parte da campanha e sua vitória ser apontada como certa, inclusive por blogs alinhados ao Palácio dos Leões. Mas o candidato perdeu fôlego na reta final e foi derrotado pela peemedebista Dídima Coelho por uma diferenças de apenas 111 votos.

Trairagem

Em Lago da Pedra, a nomeação do ex-vereador Pablo Sales para a Superintendência de Articulação Regional do município foi antecedida por uma trairagem. Antigo titular do cargo, o atual vice-prefeito, Rodrigo Neto, pediu exoneração ainda no primeiro semestre de 2016 para compor a chapa vitoriosa encabeçada pelo tucano Laércio Arruda. Sacramentada a derrota nas urnas do comunista Mauro Jorge, de quem Pablo era vice, não restou outra escolha ao pedetista senão aceitar o posto vago com a saída de Rodrigo Neto, que abandonou o governo para aderir ao projeto vencedor.

Questionado à época das primeiras nomeações de aliados mal-sucedidos no pleito passado, Márcio Jerry alegou que não havia qualquer anormalidade no ato. Segundo, o que houve foi uma renomeação, já que todos exerciam os mesmos cargos até abril do ano passado, quando saíram para concorrer ao pleito em seus município. “Já eram da Secap, saíram para disputar eleições e foram reconduzidos”, respondeu o todo-poderoso secretário, na ocasião.

Pois bem, os dois aliados recém-nomeados não ocupavam os cargos anteriormente, portanto, não foram reconduzidos. Aguarda-se nova e convincente explicação.

Abaixo, o ato de nomeação dos dois aliados derrotados nas urnas: