Comunista, Flávio Dino já fez duas viagens oficiais aos EUA e nenhuma à China, nem a Cuba

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Flávio Dino exausto no avião na volta de sua última viagem aos Estados Unidos; enquanto isso, China e Cuba esperam, até hoje, a visita do comunista

Para quem já chegou a declarar, em entrevista à Folha de S. Paulo, com ampla repercussão, que é “comunista, graças a Deus”, o governador Flávio Dino (PCdoB) tem demonstrado, na prática, quase nenhuma identificação com a ideologia política e socioeconômica que diz seguir. Seus deslocamentos mundo afora jamais incluíram China ou Cuba, países que preservam traços fortes do comunismo. Se nunca pôs os pés em nações onde seria bem vindo por afinidade de pensamento, Dino já cumpriu sucessivas agendas nos Estados Unidos, onde parece se sentir muito mais à vontade.

O governador maranhense gostou tanto dos States que desde o ano passado já esteve duas vezes no país norte-americano, maior potência econômica mundial, cuja riqueza é gerada pelo modelo de produção capitalista, antítese do sistema do qual ele diz ser adepto. Ignorando solenemente a contradição do seu ato, o governador maranhense embarcou, em abril de 2018, para a Terra do Tio Sam a pretexto de participar da quarta edição da Brazil Conference at Harvard & MIT 208, em Boston. Na ocasião, proferiu palestra sobre o tema “Impulsionando Talentos no Setor Público”.

Essa missão oficial chamou atenção tanto pela incoerência escancarada do ilustre viajante, quanto pelos gastos que produziu. Para bancar a agenda internacional do governador, que durou menos de uma semana, o Tesouro Estadual liberou para ele nada menos do que R$ 14.644,80, quase um salário integral, que é de R$ 15.915,40.

Um ano depois, em abril deste ano, Flávio Dino arrumou novamente as malas com destino aos Estados Unidos, dessa vez acompanhado por uma numerosa comitiva. O objetivo foi o mesmo do ano anterior: marcar presença na Brazil Conference at Harvard & MIT (Massachusetts Institute of Technology), em Boston, dessa vez como participante do painel “Transformação do Sistema Carcerário Brasileiro”.

Reino Unido

Na primeira quinzena deste mês, o “comunista, graças a Deus” viajou ao Reino Unido, mais precisamente para Londres, capital da Inglaterra, onde participou, como convidado do Brasil, do Fórum UK 2019, realizado na London School of Economics and Political Science. No evento, Flávio Dino proferiu uma palestra sobre segurança pública, em mais uma interação com o mundo capitalista.

Vice na China

Ainda em 2015, primeiro ano do seu primeiro mandato, Flávio Dino articulou uma missão oficial à China, o que gerou, na época, a expectativa de aproximação do governo maranhense com o país asiático, não apenas com o objetivo de estreitar os laços econômicos, mas também para reforçar a identificação ideológica. Ledo engano. Em vez de embarcar para o maior reduto comunista do planeta, Dino enviou seu vice, Carlos Brandão, para cumprir o compromisso. Em 2017, nova viagem à China, e mais uma vez o escalado para o compromisso foi Brandão. E já há quem fale em uma terceira missão à super potência asiática, ainda no primeiro semestre deste ano, chefiada novamente pelo vice-governador. Quanto a Cuba, nem sinal de agenda, pelo menos até agora.

Obviamente, as viagens oficiais de Flávio Dino aos Estados Unidos, Inglaterra ou qualquer outro país capitalista podem representar excelentes oportunidades para o Maranhão, embora essa perspectiva jamais tenha sido concretizada. Envolvido exclusivamente em palestras, conferências, painéis e outros eventos de cunho retórico, o governador tem aproveitado as agendas no exterior apenas para fazer propaganda da sua gastão.

Enquanto Flávio Dino gasta toda a sua oratória para dialogar com os gigantes capitalistas, China, Cuba e outros redutos comunistas do planeta aguardam com expectativa sua visita para trocar ideias e fortalecer suas teorias. A espera, por enquanto, tem sido em vão.

A julgar pelos carimbos em seu passaporte, Flávio Dino não passa de um comunista de fachada, para inglês ver, e norte-americano também.

1 comentário para "Comunista, Flávio Dino já fez duas viagens oficiais aos EUA e nenhuma à China, nem a Cuba"


  1. Thiago

    Desse aí não podemos esperar muita coisa.

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