Monitores que trabalham no cadeião não recebem salários há dois meses
Nos últimos dias, parte da imprensa maranhense chamou atenção para a suposta aptidão da secretária de Segurança, Eurídice Vidigal, em lidar com sistema prisional. Após acompanhar a participação da secretária na audiência pública que abordou o tema, realizada no último dia 26, na Assembléia Legislativa, alguns colegas jornalistas chegaram ao seguinte raciocínio: Eurídice tem certa habilidade para atuar na área penitenciária, embora não demonstre competência no comando da segurança pública.
Pois bem: a informação de que cerca de 50 monitores lotados no Centro de Detenção Provisória, o popular cadeião, em Pedrinhas, não recebem salário desde a inauguração do presídio, em 22 de abril, joga por terra essa tentativa de fazer crer que a secretária tem capacidade para tratar os assuntos que dizem respeito à sua pasta.
Como pode Euridíce negligenciar o empreendimento carcerário considerado por ela própria o maior feito de sua gestão? Ao não viabilizar o pagamento dos salários, ela sepulta qualquer possibilidade de ter sua imagem associada à de uma boa administradora prisional.
Diante de uma revelação dessas, a conclusão a que se chega é que Eurídice Vidigal é destituída de qualquer qualidade que a leve a desenvolver um bom trabalho na área de segurança. Sem o menor tino para o cargo que ocupa, desde que assumiu, ela notabilizou-se por frases e ações desconexas. Em declarações públicas, nas quais supervaloriza a teoria, em detrimento da prática, protagoniza verdadeiros desastres, com seus discursos atabalhoados e pouco inteligíveis.
A empresa à qual estão vinculados os monitores sem salários alega que não recebeu nenhum repasse do Governo do Estado desde o início do contrato e informa que sem o dinheiro não pode atualizar a folha de pessoal.
Ao manter à frente da pasta de segurança alguém com um perfil tão desabonador, o governador Jackson Lago reforça o pensamento cada vez mais dominante de que não vê o combate à violência como prioridade.
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