Ninguém merece sua ausência
Relutei muito antes de escrever este texto. Consternado até agora, dividi meu tempo, desde que recebi a triste notícia, entre pautas e lágrimas. Sozinho em casa e depois em meu cantinho na redação de O Estado, recordei bons momentos que tive na companhia desse formidável Deny Cabral.
Bastaram poucos minutos para vir à mente inúmeros episódios dos quais tirei apreendizados que hoje me são de grande valia como comunicador. Já conhecia o Deny Cabral de nome, por causa da minha paixão de infância pelo rádio. Me deparar com ele, anos depois, na Mirante AM, como seu colega de trabalho, foi para mim a realização de um sonho.
Procurei, a cada dia, tirar o máximo de ensinamentos. O maior deles foi a perda da inibição em falar no rádio, algo que achava inimaginável até então. O Deny fez-me enxergar diferente. Sua maneira informal de agir, seu jeito despojado de interagir deram-me a coragem que precisava. Hoje, tenho muito a agradecer. Nunca externei isso a ele com palavras e agora lamento não ser mais possível fazê-lo, pelo menos nesta vida.
Dezenas de outros colegas devem ter guardados na lembranças momentos tão ou mais marcantes ao lado de Deny Cabral. Ele era diferente. Profissional bem-sucedido, manteve sempre a humildade. Tratava a todos com a mesma simpatia. Desde o principiante estagiário ao diretor de jornalismo, dispensava a mesma atenção. Falava com propriedade, mas também sabia ouvir e assimiliar.
Vai fazer falta e deixar saudade. Foi um dos grandes e seu nome soará sempre como exemplo de dedicação e competência profissional.
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