Eurídice Vidigal tem chance de provar que denúncias de Jefferson Portela não são verdadeiras
A secretária de Segurança Cidadã, Eurídice Vidigal, terá a chance de mostrar se está realmente disposta a pôr a limpo as denúncias de irregularidades na aplicação de recursos da Secretaria de Segurança Cidadã em sua a gestão feitas pelo ex-delegado-geral da Polícia Civil, Jefferson Portela. É só permitir que os cinco delegados que integram a comissão criada para apurar o caso dediquem-se exclusivamente ao inquérito instaurado com essa finalidade.
Na última quarta-feira, tão logo souberam para quais delegacias seriam remanejados, os delegados Roberto Larrat, Lawrence Melo, Lucas Ribeiro Filho, Cristiano Albuquerque e Raphael Leite, antes lotados na Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), enviaram requerimento ao delegado-geral Antônio Bezerra por meio do qual pedem dedicação exclusiva para dar andamento ao inquérito. Até o momento, não houve resposta para a solicitação.
Cientes de que suas novas atividades inviabilizarão a apuração das denúncias, eles querem ter disponibilidade para esmiuçar cada contrato firmado sem licitação por Eurídice e esclarecer as circunstâncias em que os mesmos foram assinados.
Os delegados estão corretos ao fazer isso. Afinal, as acusações de Jefferson Portela são respaldadas em uma pilha de documentos, cuja análise requer tempo. Além disso, a comissão tem uma lista extensa de pessoas a serem ouvidas no inquérito. A coleta desses depoimentos e as tarefas que os delegados terão no dia-a-dia das delegacias para onde foram deslocados são inconciliáveis.
Portanto, se atender a solicitação da comissão, a secretária de Segurança viabilizará o andamento do inquérito e dará a si mesma a chance de dissipar as suspeitas que pairam sobre sua conturbada gestão. Se negar, estará praticamente assinando um atestado de culpa.
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