Herança maldita
O desmantelo promovido pelo governo Jackson Lago na área de segurança pública, cinicamente batizada de cidadã, mostrou sua faceta mais cruel ontem, em mais uma etapa da “Operação Esquadrão Águia”, que visa prender criminosos e apreender armas e drogas na Ilha de São Luís. Homens do Batalhão de Missões Especiais (BME), do Grupo de Operações Especiais (GOE), da Força Tática e do Serviço de Inteligência da Polícia Militar passaram o vexame de ver duas de suas viaturas apresentarem pane macânica, o que dificultou o transporte das pessoas detidas.
O fato constrangedor aconteceu na rua 105, Unidade 105, na Cidade Operária. Após prender dois homens acusados de tráfico de drogas, os policiais os encaminharam para uma viatura Blazer, do BME. Assim que o policial que estava ao volante tentou dar a partida, veio a surpresa: o veículo falhou. Atônita, a equipe ainda tentou consertar o defeito, sem sucesso.
O jeito, então, foi colocar os presos em uma vituara do GOE, que também estava sendo utilizada na operação. Feita a transferência, o que parecia inacreditável aconteceu: o segundo veículo pregou após trafegar cerca de 400 metros. Visivelmente constrangidos, os policiais começaram a empurrar a viatura na tentativa de fazê-la funcionar novamente. O esforço, no entanto, foi em vão.
A cena patética foi presenciada por dezenas de populares. Enquanto uns riam, outros vaiavam a ação desesperada dos militares. Apesar do empenho, a tentativa novamente foi frustrada. A única solução, então, foi pedir socorro à central, que enviou outro veículo para dar seqüência à operação.
A pane apresentada pelas duas viaturas nada mais é do que uma pequena amostra do sucateamento do sistema de segurança no governo passado, uma herança maldida cujas conseqüências atormentam os que hoje querem mudar a realidade.
Fotos: De Jesus/O Estado do Maranhão
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