8 de julho de 2009
17 Comentários
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Franklin Pacheco, se desentendeu com o ex-chefe da corporação, coronel Francisco Melo, durante participação ao vivo de ambos no programa Ponto Final, apresentado pelo jornalista Roberto Fernandes, na rádio Mirante AM. Melo havia ligado para a emissora para discordar de um comentário feito pelo apresentador sobre segurança e defender a sua gestão e foi rebatido pelo atual comandante, que chegou a acusá-lo de quebra de hierarquia.
Roberto Fernandes comentava sobre as ações que estão sendo realizadas pelo sistema de segurança pública do Maranhão, enfatizando que as mesmas poderão resultar na redução dos índices de criminalidade no estado. Ouvinte assíduo de programas de rádio, Melo ligou imediatamente para discordar de algumas declarações do apresentador, dando a entender que a situação atual está pior do que na época em que ele estava à frente da PM.
Imediatamente, o coronel Franklin entrou no ar e passou a defender as ações da PM e a falar sobre a estrutura que dispõe a corporação atualmente. O comandante-geral discorria sobre as operações que estão sendo realizadas pela PM e outras ações previstas quando Melo, que ouvia a entrevista, ligou novamente para fazer uma pergunta. Quando a participação do ex-comandante foi anunciada por Roberto Fernandes, o coronel Franklin logo disparou: “não respondo ao coronel Melo. Espero que ele venha conversar comigo aqui no quartel, pois sua atitude fere a hierarquia da nossa corporação”.
Ao apresentador, restou apenas ouvir as considerações do ex-comandante, já sem o coronel Franklin do outro lado da Linha. Melo argumentou que em nenhum momento falou em nome da PM, e sim como cidadão comum, e que por isso os seus comentários não configuravam quebra de hierarquia. “Está tudo gravado, não falei nada de errado. E podem me esperar, estarei no quartel amanhã”, assegurou.
Melo falou do compromisso de armar a tropa, que assumiu quando foi nomeado comandante-geral da PM . Ele informou que entregou 1.111 pistolas à corporação e afirmou que entregaria mais 1.000 armas não fosse o bloqueio dos recursos oriundos das suplementações orçamentárias determinado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), já que na época o então governador Jackson Lago (PDT), em vias de ter o mandato cassado, mandara esvaziar os cofres do tesouro estadual.
Sobre rumores de que sua postura crítica ao atual comando da PM seria uma forma de pavimentar uma possível candidatura a um cargo político na eleição do ano que vem, ele foi taxativo: “sou polícia, não político. Se você vir meu nome lançado a qualquer cargo na próxima eleição, pode dar um tapa na minha cara”.
Para encerrar o assunto, Roberto Fernandes disse não achar que o Estado esteja quebrado e observou que as dificuldades financeiras enfrentadas hoje são frutos da dilapidação dos recursos públicos promovidas pelo governo anterior.
Comentários