Ataques a Sarney: Folha e Estadão montaram plantão no MPF, mas foram ignorados
Repórteres de grandes jornais do Sudeste do país, como O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo, estão sendo solenemente ignorados pelos procuradores lotados na sede do Ministério Público Federal no Maranhão. Ávidos por novas informações que os possibilitem dar seqüência aos ataques ao empresário Fernando Sarney e assim atingir o senador José Sarney, eles montaram plantão por três dias seguidos no prédio, semana passada, mas, apesar da insistência, saíram frustrados.
Um dos que buscou, sem sucesso, informações sobre o processo na sede do MPF foi o jornalista Hudson Corrêa, da Folha. Ele chegou a passar tardes inteiras no prédio, localizado na rua das Hortas, no Centro, mas o máximo que conseguiu foi tomar cafezinho com os assessores de imprensa.
Paralelo ao trabalho que realiza em São Luís, Hudson, adepto das noitadas, tem marcado presença constantemente em bares da capital. No último dia 16, quando esteve no bar Por Acaso, na Lagoa da Jansen, ele declarou, diante de várias pessoas, que “só deixará o Maranhão após derrubar essa sarneyzada”.
Em nota encaminhada à Folha no último sábado, em resposta a mais um ataque, Fernando Sarney citou a bravata do jornalista, classificada pelo empresário como uma prova de que falta isenção à cobertura feita pelos profissionais, que vem resultando em uma série de matérias agressivas e quase sempre recheadas de informações equivocadas.
Dispostos a cumprir a decisão judicial que determinou que o inquérito transcorra em segredo de justiça, os procuradores orientaram a Assessoria de Imprensa do MPF a não permitir o acesso dos repórteres forasteiros aos seus gabinetes. A procuradora Tainá Oliveira chegou a afirmar o seguinte: “Não recebo e não falo (aos jornalistas). Se a Justiça abrir, falarei, mas se existe uma decisão proibindo, não direi nada”, sentenciou.
Ilustração reproduzida do blog do jornalista Décio Sá
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