Crack: uma realidade também no Maranhão

Há algumas semanas, o Brasil inteiro acompanha uma exaustiva cobertura midiática de sucessivas tragédias causadas pelo tráfico e o consumo de crack em diferentes estados. Em meio ao cenário chocante, em que histórias de mortes se multiplicam aos olhos atônitos de todos, os maranhenses ainda não têm idéia dos estragos causados pela droga em nível local. Pura ignorância, pois o crack já é uma realidade em nosso meio e já exibe sua face cruel em grande parte dos bairros de São Luís e em um número cada vez maior de municípios do interior.  

Produzido à base de resíduos da cocaína, o crack é uma droga com enorme potencial alucinógeno e que causa dependência química de forma rápida e avassaladora, daí os estragos que tem causado na vida de milhares de pessoas, a maioria jovens. Invariavelmente, as reportagens tratam de episódios ocorridos em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e outros centros considerados desenvolvidos, mas no Maranhão a comercialização e o uso desse entorpecente ainda não mereceu a atenção devida da mídia.

As forças de segurança, por sua vez, começam a se mobilizar, pois já identificaram no crack e demais drogas a causa da maioria dos assaltos, homicídios, latrocínios e outros crimes que tanto tem apavorado nossa sociedade. A operação batizada de “Tráfico Zero”, executada pela Secretaria de Segurança, já traz alguns resultados positivos no que se refere ao combate à venda e ao consumo dessa substância.

No Maranhão, o pesadelo do crack está só no começo. Entre vários outros fatores, a quantidade cada vez maior de crianças e adolescentes nas ruas, abandonadas pelas famílias e desassistidas pelo poder público, dá margem a uma previsão nada animadora. Salvo alguma ação excepcional das autoridades governamentais, o futuro deve ser triste para muitos dos nossos jovens.

É preciso, desde já, encarar o crack como uma realidade em nosso estado. Os efeitos nocivos dessa droga já começam a vir à tona. As conseqüências externas, como o aumento da violência e do número de internações em clínicas psiquiátricas, já são evidentes. Porém, os estragos internos, aqueles que ocorrem no seio das famílias arruinadas, continuam quase imperceptíveis.

Por isso, o esforço deve começar agora, para que não sigamos o exemplo de outros estados, onde pais, mães e outras vítimas do crack expõem, impotentes, toda a sua agonia em rede nacional.

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