31 de março de 2010
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O secretário municipal de Fazenda, José Mário Bittencourt, esteve ontem na Câmara Municipal para apresentar um balanço da arrecadação tributária e repasses constitucionais feitos à gestão do prefeito João Castelo (PSDB) no último quadrimestre de 2009. Na exposição feita por Bittencourt, um dado chamou atenção: o R$ 1,4 bilhão arrecadado em impostos municipais apenas nos últimos quatro meses do ano passado. Tal informação, certamente, causará um misto de surpresa e decepção nos ludovicenses, que ainda não usufruíram, na forma de obras e serviços, os benefícios de um saldo fiscal tão robusto.
Na fala aos vereadores, o secretário de Fazenda fez questão de enfatizar que todas as metas tributárias do Município foram atingidas. Algumas com larga folga. De posse de uma série de relatórios técnicos, ele destacou que a administração municipal conseguiu o tão almejado equilíbrio financeiro, observando que o bom desempenho “é resultado de uma diretriz desenvolvida pela Prefeitura visando à eficiência da captação de recursos (…)”. Só faltou explicar onde tanto dinheiro arrecadado foi aplicado.
A população, com certeza, ficou boquiaberta ao saber que os cofres municipais foram inflados por cifra tão astronômica em apenas quatro meses.Logo após o susto, é provável que todos tenham sido tomados por profunda decepção, uma vez que inúmeros problemas continuam atormentando a vida dos habitantes da capital. Esperava-se, no mínimo, que os impostos arrecadados fossem revertidos, por exemplo, na melhoria dos serviços de saúde, em obras de infra-esutrutura e – por que não? – no cumprimento de promessas de campanha que hoje o prefeito João Castelo finge ter esquecido.
Qualquer forasteiro que tome conhecimento do volume de recursos arrecadados imediatamente imaginará que São Luís é um paraíso, um canteiro de obras, enfim, uma cidade onde a população não sofre de qualquer carência. Mas a realidade é completamente inversa e não condiz com o vigor tributário apresentado com alarde aos vereadores, a maioria, diga-se de passagem, sem independência para partir para a contestação.
Por isso, os números apresentados pelo secretário de Fazenda devem ser vistos como mera peça contábil, que servirá, no máximo, para ocupar espaço nos já abarrotados arquivos de relatórios do Município.
Foto: Secretaria Municipal de Comunicação (Secom)
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