Prefeito de Pirapemas depõe à CPI da Pedofilia, mas se nega a fazer exame de DNA

Por Josely Sodré

O prefeito de Pirapemas, Eliseu Moura, esteve na manhã desta segunda-feira, dia 12, na Assembléia Legislativa para falar com os membros da CPI de Combate à Pedofilia no Maranhão. Elizeu Moura compareceu na AL acompanhado por seu advogado Márlio Moura para apresentar documentos referentes ao processo de reconhecimento de paternidade que tramita no Fórum de São Luís.

Na última semana, a CPI decidiu pela condução coercitiva do prefeito após várias tentativas de efetuar convocação para prestar depoimento à comissão.  Eliseu Moura foi ouvido pela presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, Deputada Eliziane Gama (PPS) e o Relator da CPI, Deputado Penaldon Jorge (PSC) na Sala das Comissões da Assembleia Legislativa.

“Como nós estávamos na Casa não poderíamos deixar de recebê-lo. Conforme nos certificamos com a assessoria jurídica da Casa, ele poderia se apresentar espontaneamente à CPI, em qualquer dia útil. Mas, confesso que fiquei um tanto frustrada, já que gostaria de sair daqui com o encaminhamento do exame de DNA para reconhecimento de paternidade. O prefeito disse que fará o exame somente na justiça, o que, infelizmente, é um direito que lhe assiste”, lamentou Eliziane Gama.

Durante o depoimento, Eliseu Moura também confirmou o relacionamento com as jovens, mas disse não saber se é pai das crianças. Segundo a presidente da CPI, a comissão vai esperar o andamento do processo no Ministério Público e o relatório da CPI para saber quais os encaminhamentos que serão dados em relação ao caso.

Segundo o advogado de Eliseu Moura, Márlio Moura, seu cliente nunca se negou a vir a CPI, ele apenas não estava no município de Pirapemas quando a convocação foi feita e no ano passado não foi à audiência da CPI devido problema de saúde. “Meu cliente nunca se indispôs a vir a CPI. Estamos mostrando que existem processos tramitando”, disse o advogado.

Augusto Serra queria disputar vaga na Câmara Federal e lançaria jornalista para sucedê-lo como vereador

O vereador Augusto Serra (PV), morto em um acidente automobilístico, na noite de ontem, na avenida Lourenço Vieira da Silva, nas imediações da Uema, cultivava um projeto político ambiocioso nos últimos tempos: queria lançar-se candidato a deputado federal na eleição de outubro próximo e entregar sua vaga na Câmara Municipal, em 2012, a alguém de sua mais inteira confiança. O escolhido era o jornalista e radialista Anacleto Araújo, com quem o finado mantinha forte laço de amizade.

Serra e Araújo são conterrâneos de São João Batista, município da Baixada Maranhense com uma das maiores colônias em São Luís. Ambos se encontraram várias vezes em sua terra natal este ano, sempre em datas comemorativas, como Carnaval e Semana Santa. Foi justamente nessas reuniões que começaram a discutir o projeto político. O vereador tratava a questão com entusiasmo. Bastante conhecido em todo o Maranhão e com forte atuação na imprensa política, principalmente na Assembléia Legislativa, o jornalista colocou-se à disposição do amigo.

Em uma rápida conversa telefônica com o autor deste blog, no início da manhã de hoje, Anacleto mostrou-se profundamente abalado com a morte de Augusto Serra. Com voz embargada, ele disse que até aquele momento ainda não reunira forças para ir até o velório do vereador, realizado no plenário da Câmara Municipal.

De projeto político viável, a intenção de Serra de disputar uma vaga de deputado federal transformou-se em sonho irrealizável com a sua morte. Mas se Deus assim quis, não há outra coisa a fazer a não ser buscar a resignação.

A Cohab pede socorro

Fundada na década de 60, a Cohab é o mais antigo conjunto habitacional de São Luís. Mas também é um dos que concentram o maior número de problemas, sobretudo no que se refere à infra-estrutura. Ruas esburacadas, mato crescendo em via pública, lixões, galerias entupidas e esgotos a céu aberto compõem o cenário de profunda melancolia desse núcleo habitacional que, às vésperas de completar meio século, é a verdadeira imagem do caos.

Em comparação a outros bairros e conjuntos, a maioria dos problemas de infra-estrutura da Cohab são visivelmente mais graves. Um dos exemplos é uma enorme cratera que ameaça engolir algumas casas da rua 10 do IV conjunto, como mostra a foto de De Jesus (O Estado do Maranhão). Apesar dos apelos desesperados dos moradores e das denúncias feitas pela imprensa, até hoje a situação permanece do mesmo jeito. O resultado do descaso é o aumento contínuo do buraco, que já obstruiu totalmente o tráfeto de veículos na via.

Por causa do deficiente sistema de drenagem, moradores da Cohab vivem verdadeiro tormento em dias de chuva. Quando o tempo fecha, o clima é de terror nas ruas mais suscetíveis a alagamentos. Uma das vias mais vulneráveis à inundação é a avenida 16, também no IV conjunto. Lá, a água sobe rapidamente até o nível do meio-fio e invade impiedosamente os imóveis, deixando um rastro de prejuízo às vítimas.

Essa cena se repetiu novamente na última sexta-feira, dia 9, como mostram as imagens captadas pela lente do repórter fotográfico De Jesus. Na primeira foto, moradores observam, atônitos, os estragos provocados pela água da chuva dentro de sua casa. Não menos impactante é a segunda imagem, que mostra algumas pessoas ilhadas sobre a calçada e outras fazendo malabarismo para se locomover em meio à enxurrada.

As imagens exibidas neste post são pequenas amostras do abandono ao qual a Cohab tem sido relegada ao longo de quase cinco décadas. Ao ignorar o clamor da população, o poder público municipal dá mais uma demonstração de descompromisso com a cidade.