Thiago Aroso terá que optar entre o Executivo e o Legislativo
O presidente da Câmara de Paço do Lumiar, Alderico Campos, anunciou aos membros da Casa, na sessão de ontem, que na próxima sexta-feira convocará o suplente de vereador Thiago Aroso (PSD) para assumir o cargo vago deixado pelo vereador Edson Arouche Junior, o Junior do Mojó.
Alderico Campos decidiu convocar o secretário-chefe de Gabinete e Orçamento e Gestão do Município, Thiago Aroso, para assumir o cargo, uma vez que o Poder Legislativo luminense encontra-se prejudicado com o baixo número de parlamentares.
Segundo ele, o número reduzido de vereadores poderá prejudicar votações importantes na Câmara. Além de Mojó, afastado em fevereiro, os vereadores Fernando Muniz (PR) e Itaparandi (PTB) não estão exercendo os mandatos por estarem de licença médica.
O secretário Thiago Aroso ainda não confirmou se permanecerá no cargo ou se pedirá licença para continuar como membro da equipe da prefeita Bia Venâncio (PSD). Mas, corre pelos bastidores, um sentimento muito grande de que ele permaneça como membro da equipe da atual administração, tendo em vista a forma como tem desenvolvido ações em parceria com os demais membros da equipe em beneficício da população luminense, principalmente, na área de infraestrutura, uma de suas prioridades.
Pedras amontoadas junto à pista de caminhada; ao fundo, placa com detalhes da obra e o Ginásio Tião abandonado
Principal área verde do centro de São Luís, destinada à prática de exercícios físicos, esportes e lazer, o Parque do Bom Menino passa por uma reforma que deveria ter sido concluída em quatro meses, mas está prestes a completar um ano. Preocupado muito mais em montar uma estrutura político-financeira que torne viável seu projeto de reeleição, o prefeito João Castelo (PSDB) relega ao último plano ações que, se bem executadas, se reverteriam em benefício à população e atenuariam o desgaste da sua gestão. Incluída nesse rol, a recuperação do parque tem importância vital para os adeptos de caminhadas, corridas e outras práticas saudáveis, além de um valor urbanístico inestimável.
Depoimentos colhidos in loco revelam os motivos da lentidão da obra, orçada em R$ 1,9 milhão: o atraso de pagamento à construtora contratada e a consequente falta de material para tocar o serviço. A situação sugere, no mínimo, negligência da administração municipal com uma intervenção anunciada com toda pompa, inclusive com a presença do prefeito no canteiro de obras.
Uma breve visita ao parque dá a ideia exata do descaso com a reforma do Parque do Bom Menino. Um contingente reduzido de trabalhadores faz pequenas intervenções, em meio ao vai e vem dos frequentadores. A impressão que se tem ao observar a movimentação de pedreiros, ajudantes, pintores e outros operários é de profundo ócio. Pessoas que trabalham nas barracas de venda de plantas e outros artigos evitam falar do assunto abertamente, por medo de perder o ponto.
O Ginásio Tião, antes palco de várias competições esportivas, está abandonado. Atualmente, suas arquibancadas servem de aconchego para casais de namorados. À noite, quando o ambiente é tomado pela escuridão, grupos de jovens se reúnem para consumir bebidas alcoólicas, cigarros e outras drogas. Por causa do desleixo da Prefeitura, o espaço, onde antes reinavam práticas saudáveis, tornou-se antro para os vícios mais degradantes.
A um mês de completar aniversário, a obra tem prazo de conclusão incerto. As melhorias previstas no projeto de reforma, se é que foram feitas, são invisíveis. A placa informando detalhes da intervenção, fixada na entrada principal do parque, é uma mera peça decorativa, já que as benfeitorias e os custos que ela anuncia não condizem com a realidade. Seria, então, o caso do Ministério Público investigar o gasto de quase R$ 2 milhões em recursos públicos com um serviço cujo efeito prático se aproxima da nulidade.
A população de São Luís, em especial os freqüentadores do Parque do Bom Menino, aguarda ansiosa a conclusão da reforma. Dispostos a manter a saúde, os cidadãos adeptos de caminhadas, corridas e outras atividades físicas seguem firme o ritmo de exercícios, superando todos os obstáculos, o maior deles o descaso da Prefeitura com a obra.
Editorial publicado em O Estado do Maranhão nesta quarta-feira
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