Ameaça de greve não passou de blefe para beneficiar Holandinha

Docilidade suspeita: Holandinha posa sorridente entre José Luiz Medeiros (SET) e Dorival Silva (Sindicato dos Rodoviários)
Docilidade suspeita: Holandinha posa sorridente entre Medeiros (SET) e Dorival Silva (Sindicato dos Rodoviários)

Se a articulação da greve de rodoviários que teria início nesta quarta-feira gerou desconfiança nos observadores mais atentos, o desfecho foi ainda mais suspeito. Da paralisação seguida de atos de vandalismo ocorrida na última sexta-feira até o acordo firmado hoje entre patrões e empregados, supostamente mediado pelo prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PTC), tudo cheira a orquestração.

A impressão foi de mero jogo de cena, com movimentos minuciosamente calculados pelas partes envolvidas. Tudo sob a a orientação de Holandinha e seus auxiliares mais tarimbados, dispostos a qualquer negócio para angariar dividendos políticos.

Que o diga o secretário de Comunicação, Márcio Jerry, que no último sábado apressou-se em postar nas redes sociais uma nota em resposta à barbárie do dia anterior, destacando o “diálogo permanente entre a prefeitura e o segmento do transporte” e revelando que os empresários recusaram a renovação da ajuda financeira que o Município repassara nos três meses anteriores. Detalhe: a Secom só divulgou a nota pelos meios convencionais horas depois.

A verdade é que o acerto entre a prefeitura e os sindicatos das empresas e dos trabalhadores do setor de transporte será bancado pela população. Serão R$ 2 milhões mensais, com prazo indefinido, a título de subsídio para ajudar a custear o sistema, como vinha acontecendo desde maio. Uma aberração que não encontra respaldo em nenhuma lei vigente no país.

Ao final, Holandinha saiu-se como herói, um verdadeiro salvador da pátria, que lançou mão de toda a sua “influência” para debelar o conflito. Satisfeito, ele até posou, sorridente, entre os presidentes dos sindicatos patronal e de empregados.

A ameaça de greve, ao que parece, não passou de um blefe, arquitetado à base de conchavos. Uma manobra grosseira, desmascarada sem muito esforço pela falta de talento do seu principal autor.

Entidade convida Holandinha para audiência em Brasília sobre serviços prestados

A Associação dos Servidores Ativos e Inativos do Serviço Público Municipal de São Luís, Paço do Lumiar, São José de Ribamar, Raposa e Bacabeira (ASISMU)  encaminhou ofício ao prefeito de  São Luís, Edivaldo Holanda Junior convidando o prefeito para participar de uma audiência que será realizada dia 24 de setembro na Câmara dos Deputados em Brasília e vai tratar da questão dos Serviços Prestados

Beka Rodrigues, presidente da ASISMU uma das entidades convidadas a participar da audiência explica que o Proposta de Emenda Constitucional 054/99 que tramita há vários anos em Brasilia e trata da efetivação de trabalhadores do serviço público que estejam há mais de dez anos na condição de serviços prestados, ressalta a importância do evento para reforçar a luta em defesa desta categoria de trabalhadores e também da aprovação da PEC 054/99.

Ele ressalta que a audiência, agendada a partir de uma proposta pelo deputado federal Sebastião Bala Rocha(PDT) surge em um momento de incerteza para os serviços prestados da prefeitura de São Luis que vivem uma situação tensa por conta dos rumores de demissões destes trabalhadores, desde que foi iniciado um novo recadastramento de servidores, determinado pela prefeitura. “Inclusive, já enviamos ofício ao prefeito Edivaldo Holanda Junior pedindo uma reunião para tratar deste assunto, que muito nos preocupa. Com o agendamento dessa audiência em Brasília encaminhamos outro ofício solicitando que ele participe do evento, na qual nossa entidade estará presente ao lado de outras entidades sindicais de todo o país”, ressalta.

Beka Rodrigues acredita que o prefeito deve atender os dois ofícios tanto no sentido de se reunir com os representantes da ASISMU para tratar da questão dos serviços prestados, quanto para ir a Brasília participar de uma audiência que trata da situação destes trabalhadores.

Prefeitura de São Luís embarga obras do Estado na Vila Luizão

O Estado

Operários e máquinas parados na Vila Luizão por causa de embargo de obra pela Prefeitura de São Luís
Operários e máquinas parados na Vila Luizão por causa de embargo de obra pela prefeitura (Foto: Biné Morais)

Os serviços de pavimentação asfáltica que estavam sendo feitos desde a semana passada pelo Governo do Estado no bairro Vila Luizão foram embargados na manhã de ontem pela Prefeitura de São Luís, por meio da Blitz Urbana, que alega não haver licença para a obra. A Secretaria Estadual de Infraestrutura (Sinfra) afirma já ter pago o licenciamento e iniciado os serviços em tempo hábil para beneficiar os moradores da área.

A empresa Edeconsil venceu a concorrência pública e foi contratada pela Sinfra para a realização dos serviços. As obras estão orçadas em mais de R$ 462 mil e preveem a recuperação e a pavimentação asfáltica da Avenida Sol e Mar e da Rua 7, na Vila Luizão. As atividades foram iniciadas no dia 3 deste mês e têm prazo de conclusão de 70 dias.

Embargo

Na manhã de ontem, porém, os operários da Edeconsil foram surpreendidos pelos fiscais da Blitz Urbana, órgão ligado à Secretaria Municipal de Urbanismo e Habitação (Semurh), que embargaram os serviços.

De acordo com o subsecretário da Sinfra, José Raimundo Frazão Ribeiro, o órgão estadual já havia entrado em contato com a Prefeitura de São Luís e pago a taxa de R$ 9.855,43 para obtenção do licenciamento para realização dos serviços. Embora ainda não tivesse recebido o alvará, não havia motivo para a interrupção das atividades, que foram iniciadas no intuito de beneficiar a população do bairro, muito prejudicada pela falta de pavimentação nas vias.

“Nós pagamos a taxa para a obtenção da licença e iniciamos os serviços desde a semana passada. Hoje [ontem], a Prefeitura, por meio da Blitz Urbana, foi ao local, embargou a obra e ainda emitiu um auto de infração. Agora, entraremos em contato com a Prefeitura para tentar continuar o serviço”, disse o subsecretário da Sinfra.

Os operários da Edeconsil tiveram de se retirar do local, e a Prefeitura colocou máquinas nas vias e placas informando que as atividades estavam sendo feitas pela Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Semosp), apesar de nenhum serviço estar sendo realizado pelo Município no local.

Transtornos

Por causa da interrupção na obra, os serviços – solicitados pelo vereador Marquinhos (PRB) – foram paralisados na metade e a Avenida Sol e Mar e a Rua 7 foram tomadas por poeira e lama.

Enquanto a situação não é resolvida, os moradores dessas vias ficaram prejudicados. De acordo com o funcionário público Almir dos Santos, o Governo do Estado e a Prefeitura de São Luís deveriam trabalhar juntos para garantir o bem-estar da população. “Em vez de acontecer essa disputa, os dois deveriam trabalhar pela população, mas não é o que acontece”, afirmou.

Já a professora Diana Carvalho espera que os serviços sejam concluídos o mais breve possível. “O que as pessoas querem são as ruas asfaltadas para diminuir o transtorno. Isso sim é o mais importante”, afirmou a professora.

Em nota, a Prefeitura de São Luís, por meio da Semurh, informou apenas que a obra foi embargada porque a empresa não tem licença da Prefeitura para executar a atividade desempenhada no local.

Números

R$ 462.371,44 é o valor dos serviços

70 dias é o prazo para a conclusão das atividades

50 foi a quantidade de empregos gerados com os serviços

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