Primeiro o ódio, agora o silêncio

Quando não reage ferozmente às críticas feitas pela imprensa não alinhada ao seu projeto de poder, o novo governo do Maranhão silencia ao ser confrontado com fatos inexplicáveis. O exemplo mais recente foi o resgate espetacular, na madrugada de segunda-feira (26), de um preso paraplégico de uma enfermaria do Hospital Municipal Clementino Moura, o Socorrão II, até agora não localizado pela polícia e sem o devido esclarecimento.
O correto seria o governo vir a público dar satisfação à população sobre o episódio, já que o detento estava sob a custódia do Estado. Debilitado em uma cadeira de rodas, o preso, autor de um duplo assassinato, em janeiro de 2012, e pivô de um tiroteio dentro do Fórum Desembargador Sarney Costa, em julho do ano passado, do qual saiu gravemente ferido, foi retirado do hospital com espantosa facilidade.
Nem mesmo o agente destacado para vigiá-lo foi capaz de impedir a fuga. Pior ainda, só tomou conhecimento do resgate quando o plano já havia sido concretizado.
A sociedade aguarda ansiosa por uma explicação, mas, ao contrário do que se espera de uma república, termo adotado pelos novos donos do poder para patentear o novo momento político do Maranhão, o governo preferiu silenciar. Porém, até o momento, não houve nenhum pronunciamento público, muito menos foi divulgada uma nota oficial.
Violando o princípio democrático, que prevê, entre outras virtudes, a transparência das ações governamentais, os comunistas ignoram a necessidade dos cidadãos de saber como e por que não houve reação imediata capaz de evitar o resgate do preso.
Desde que o intrigante fato ganhou publicidade, todos se perguntam como um detento com grave dificuldade de locomoção e os comparsas que lhe deram fuga não foram interceptados ainda dentro do Socorrão II, hospital que registra movimento intenso de pessoas a todo instante.
O novo governo se move por ódio e se vale da perseguição como estratégia para intimidar seus opositores. Mas quando lhe faltam argumentos, como agora, se cala. Mais uma contradição de um grupo político eleito com um discurso que não consegue por em prática.
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