50 dias sem mudança

Flávio Dino como folião no Carnaval: aparição midiática contra apatia
Como autêntico folião, Flávio Dino fotografa desfile de escola de samba: aparição midiática contra apatia

O governo Flávio Dino completou ontem seus primeiros 50 dias sem qualquer vestígio da mudança anunciada por ele em campanha. Os índices de violência continuam estratosféricos, não se vê salto de qualidade na educação, muito menos iniciativas voltadas ao crescimento econômico do Maranhão. Em algumas áreas, como a saúde, houve retrocesso, evidenciado pelo atraso de salários de médicos, enfermeiros e demais profissionais do setor, gerando insatisfação e queda de qualidade do atendimento à população. Sem brilho, o Carnaval também esteve aquém do que se viu em anos anteriores, para desgosto dos foliões que apostaram na programação oficial e no seu circuito desinteressante.

Com quase nada a mostrar, o governador Flávio Dino intensificou suas aparições midiáticas. Se a realidade administrativa não tem sido favorável, o jeito é fazer média. A folia de Momo tornou-se o momento perfeito para o comunista aliviar a pressão por resultados. Talvez por isso tenha se esbaldado na Passarela do Samba e nos pontos de folia bancados por sua gestão, deixando-se filmar e fotografar como um autêntico folião, numa tentativa frustrada de se promover à custa de uma festa que não soube organizar.

Até o menos atento observador percebe a apatia da atual gestão, que não deslancha e já apresenta focos de crise. Vide o caso do ex-deputado federal Domingos Dutra, que desistiu de assumir a representação do Maranhão em Brasília dias após ter criticado, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, a nomeação de parentes de secretários e outros aliados em cargos no governo e da exoneração de um dos seus filhos de um posto de chefia no Instituto de Terras do Maranhão (Iterma).

As sucessivas aparições públicas do governador não devem ser vistas como simples manifestações de desprendimento, de desapego ao cargo. Mais do que virtude, tal comportamento soa como estratégia para desviar o foco do marasmo que tomou conta da máquina pública do Estado em meio à inapetência dos novos donos do poder e do deslumbramento de alguns que hoje têm o mando da caneta e que dele têm feito mau uso.

Cinquenta dias é tempo suficiente para qualquer governante começar a impor o seu estilo e dizer a que veio, sem tergiversar, muito menos recorrer a gestos populistas, como se viu no Carnaval. Sem contar que houve quase três meses de transição, período em que a equipe designada por Dino conheceu a realidade administrativa do Maranhão e colheu – ou pelo menos deveria tê-lo feito – subsídios para planejar as primeiras ações da nova gestão.

A mudança, a justiça social e a prosperidade tão propagandeadas por Flávio Dino em campanha ainda não passam de discurso, o mesmo que o levou á vitória e que ele não se cansa de repetir, como se se recusasse a descer do palanque. O povo quer prática e já começa a desconfiar.

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