Alegando gastos com compra de ônibus novos, empresas atrasam salários

Algumas empresas que exploram o transporte público em São Luís deixaram de pagar este mês o adiantamento quinzenal a motoristas, cobradores e fiscais, alegando gastos com a compra de ônibus novos. A Gonçalves e a Ratrans, pertencentes ao mesmo grupo, estão entre as que não repassaram a antecipação aos seus empregados.
Sem o dinheiro, os trabalhadores e seus familiares reclamam que estão passando necessidade. Alguns já defendem uma paralisação como forma de pressionar os empresários a pagar o adiantamento.
Na última sexta-feira, a Prefeitura de São Luís e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (SET) entregaram 124 ônibus novos, dando continuidade ao cumprimento do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público, que prevê não só a renovação da frota, com 500 coletivos novos até o fim do ano que vem, mas também outras melhorias no serviço, alvo da insatisfação dos usuários por causa da má qualidade.
Até agora, foram entregues 155 ônibus novos para substituir as sucatas usadas no transporte público de passageiros na região metropolitana de São Luís. Faltam 95 para atingir os 250 que deveriam ter sido entregues até 31 de janeiro, conforme prometido inicialmente pelos empresários. O novo prazo anunciado pela Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) e o SET é meados de março.
Se os transtornos causados pela falta de investimentos e o consequente sucateamento da frota atingiam apenas os usuários, agora, os trabalhadores do sistema também são penalizados. Tudo porque as empresas não admitem, em hipótese alguma, que seu lucro seja comprometido.
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