Exclusivo: plano de parar o CIOPS vaza na SSP e é abortado
Teleatendentes do Centro Integrado de Operações de Segurança (CIOPS) tiveram que abortar uma paralisação que fariam, no último sábado, porque a informação vazou para a direção da Supritech, empresa terceirizada que opera o serviço, e para a cúpula da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Os operadores protestariam contra o atraso salarial de quase dois meses e a suspensão do plano de saúde por igual período, drama que persiste sem qualquer previsão de que terá solução.

Já estava tudo acertado para que uma das turmas de teleatendentes do CIOPS cruzasse os braços a partir das 18h do último sábado (29), o que desfalcaria a central de metade do seu contingente e causaria grave prejuízo à população em plano fim de semana.
Para se ter ideia do transtorno, não seria possível acionar viaturas policiais para atender casos de perturbação do sossego público, assaltos, denúncias de tráfico de drogas, agressões, homicídios, entre outras ocorrências.
O plano só não foi adiante porque alguém vazou a informação no dia anterior, revelando, inclusive, o nome do líder do movimento. Coube a uma coordenadora avisar aos insurgentes pelo grupo de Whatsapp do CIOPS que a cúpula da SSP já estava ciente da trama. “Fui comunicada q a turma está se reunindo para para uma paralisação amanhã as 18h (sic). Esta informação já é de conhecimento q quem de direito (sic)”, advertiu.
A gestora reconheceu as dificuldades decorrentes do atraso salarial, mas apelou para que os teleatendentes procurassem resolver o problema pela via do diálogo. “Sei q estamos passando por uma situação muito difícil, contas atrasadas, etc (sic). Mas essa possivel paralisaçao pode ser resolvida conversando (sic). Evitem paralisacao… quem de direito ja sabem ate o nome do lider da paralisacao (sic)”.

Cientes de que haveria retaliação, provavelmente demissões, caso o plano de parar o CIOPS fosse executado, os teleatendentes recuaram.
Como se vê, além de promover o desrespeito aos direitos trabalhistas, o CIOPS é um ambiente onde hoje imperam a desmotivação, a trairagem e a intimidação.
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