SSP recontrata empresa que massacra teleatendentes do Ciops

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) renovou, recentemente, o contrato com a Supritech Comércio e Serviços Ltda., empresa a qual estão vinculados os teleatendentes do Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops). Apesar da série de pendências trabalhistas com seus empregados, a terceirizada, cuja atividade principal é limpeza em prédios e em domicílios, saiu vencedora, mais uma vez, da licitação para operar a plataforma telefônica acionada pelos números 190 e 193.
Ignorando o tratamento degradante dispensado aos profissionais responsáveis pelo atendimento e pela triagem das chamadas à Polícia Militar e ao Corpo de Bombeiros, a pasta comandada pelo secretário Jefferson Portela manteve a Supritech em seu quadro de prestadores de serviço.
A empresa saiu vencedora do certame mesmo com os sucessivos atrasos salariais e do vale-alimentação, suspensão do plano de saúde e até negação de fardamento aos teleatendes. É no mínimo estranho que uma prestadora com histórico de graves violações à lei trabalhista tenha sido novamente habilitada em certame para prestar tão importante serviço como o atendimento de chamadas à polícia.
Mais absurdo ainda é essa mesma terceirizada ter vencido a concorrência pública. Uma vez recontratada, a Supritech mantém o massacre aos seus colaboradores, sem que a SSP faça qualquer tipo de intervenção. Pelo contrário, a secretaria vem repassando religiosamente os valores correspondentes às parcelas contratuais.
No último dia 9, a Supritech recebeu R$ 625.641,79 por serviços prestados à SSP. Apesar do pagamento em dia, a empresa ainda não creditou o salário de maio nem o vale-alimentação de junho dos teleatendentes. Há alguns dias, os profissionais tiveram outra desagradável notícia, que os pegou de surpresa: o seu Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) não está sendo depositado.
Desmotivados, os operadores do Ciops faltam com frequência ao trabalho e desfalcam as equipes de plantão, comprometendo as ações de combate à criminalidade, já que as denúncias feitas à central são repassadas às viaturas nas ruas para que estas possam atender as ocorrências.
Cabe à SSP explicar quais critérios adotou para recontratar uma empresa que maltrata seus funcionários e os desestimula a trabalhar com eficiência pela sociedade.
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