Flávio Dino, apoio de peso ou fardo pesado?

O porta-voz oficial do governo comunista, Márcio Jerry, que também vem a ser secretário de Estado de Comunicação Social e Assuntos Políticos, anunciou, hoje, nas redes sociais, que os pré-candidatos que contam com o apoio do seu chefe, Flávio Dino, na eleição majoritária em São Luís são o prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT), a deputada federal Eliziane Gama (PPS) e o deputado estadual Bira do Pindaré (PSB). O que Jerry propagou como boa nova pode ser um péssimo negócio para quem associar sua imagem à do governador, que experimenta desgaste progressivo junto à população da capital.
Exercendo mais uma vez com maestria o seu papel de boneco de ventríloquo, Jerry incluiu os três “ungidos” pelo Palácio dos Leões em uma tal coalizão liderada por Dino. Mas será que a simpatia do governador garante maior cacife aos escolhidos? Com índice de rejeição em curva ascendente, hoje na casa dos 50%, o chefão comunista pode não ser o cabo eleitoral ideal na campanha que se iniciará nas próximas semanas.
Em um ano e meio de mandato, Flávio Dino ainda não realizou ou mesmo anunciou uma única grande obra na capital. Apenas se vale de uma suposta parceria firmada com a administração municipal, cujos resultados são tímidos demais para lhe render alguma influência junto ao eleitorado. Pelo contrário, desde que assumiu o cargo, o comunista é apontado como decepção por uma parcela crescente dos ludovicenses.
Do lado oposto, quem hoje é rejeitado por Dino e seu séquito arrogante pode se valer justamente desse distanciamento para ampliar seu carisma. Se a gestão é mal avaliada pelo povo, nada mais vantajoso do que ser o contraponto. Pode ser a chance que faltava para a consolidação de um projeto eleitoral competitivo.
Em vez de contar com um apoio expressivo, capaz de fazer a diferença nas urnas, o candidato que aliar-se a Flávio Dino pode estar levando um fardo pesado para o seu palanque.
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