O caminhoneiro maranhense Gerson Lima fez um desabafo emocionado ao governador Flávio Dino (PCdoB) ao contar com a solidariedade de equipes da Polícia Federal e do Exército Brasileiro para se alimentar, depois de horas passando fome na estrada.
Membro de uma categoria que enfrenta extrema dificuldade por causa das restrições ao comércio impostas pelo governo durante a pandemia de novo coronavírus, Gerson alertou para o risco de paralisação do transporte de cargas se os motoristas continuarem sem ter onde comprar comida para si durante as viagens.
O governador Flávio Dino (PCdoB) confirmou, no início da noite deste sábado (4), via Twitter, segunda morte causada pelo novo coronavírus no Maranhão. Ele não forneceu detalhes sobre a origem, o sexo e a idade da pessoa que foi a óbito.
Ainda de acordo com Dino, subiu para 96 o número de infectados pela Covid-19 no estado.
Atendendo à solicitação da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Maranhão (Fecomércio-MA) e do Sindicato do Comércio Varejista de Óticas do Estado (SindÓptica-MA), o Governo do Maranhão autorizou, por meio do Decreto N° 35.714, de 03 de abril de 2020, os serviços de fabricação, distribuição e comercialização de produtos óticos no estado durante a pandemia do Covid-19 (Coronavírus).
No documento, enviado ao Governador do Estado do Maranhão no dia 31 de março de 2020, a Fecomércio e o SindÓptica destacaram o alto número de pessoas que possuem algum tipo de deficiência visual e que necessitam desses serviços. Dessa forma, solicitaram a avaliação técnica no sentido de inclusão do setor de produtos óticos entre as atividades essenciais, resguardados todos os elementos de segurança sanitária adotados pelas demais atividades que estão em funcionamento.
Com essa autorização, a Fecomércio-MA reafirma o seu papel de representação no atual cenário causado pela pandemia, buscando sugerir medidas emergenciais aos governos Estadual e Municipal que minimizem os prejuízos e impactos econômicos nas empresas maranhenses, além de orientar diariamente os empresários em meio à crise nos estabelecimentos comerciais.
Deputado Adriano Sarney aponta fragilidade da economia brasileira
A atual crise evidenciou que: os países não cooperam entre si, os economistas liberais se calaram, as tecnologias em diagnósticos precisam evoluir e a humanidade vai se abalar, mas não vai acabar. No Brasil, o coronavírus escancarou a fragilidade de nossa economia.
Em tempos de murici, cada um cuida de si. Os Estados Unidos enviaram 23 aviões cargueiros para buscar equipamentos de saúde na China. Essa mercadoria fazia parte das encomendas de países como o Brasil e a França. Os EUA, com o consentimento do governo chinês, pagaram mais caro e levaram a melhor. Não se trata de capitalismo selvagem, mas da lei dos que têm mais para oferecer. A última palavra do capitalismo chinês vem do partido comunista e não foi o preço mais elevado que fez os EUA passarem na frente da fila. Certamente os chineses negociaram uma cláusula do acordo comercial entre as duas potências.
Já os economistas liberais, aqueles que rejeitam o intervencionismo estatal, estão mudos durante a crise. A clara necessidade de ações do governo tanto na saúde quanto na economia, colocou o Ministro Guedes, um liberal de carteirinha, em uma sinuca de bico. Nesse momento, a iniciativa privada pouco pode fazer para amenizar a crise. Todas as ações serão governamentais, inclusive a reconstrução social e da economia quando tudo acabar; são obrigações do governo!
Os avanços tecnológicos dos últimos anos parece não ter surtido efeito na área de diagnósticos. Como pode, em pleno século XXI, um teste demorar 7, 10, 14 dias? Ainda mais um vírus cuja família já era conhecida há anos. Se todos tivéssemos um teste rápido, instantâneo, conseguiríamos planejar a reabertura das atividades econômicas com maior segurança e amenizar as dores dos micro, pequenos e médios empresários, maiores empregadores do país.
Outra constatação extraída da pandemia é a de que o coronavírus irá devastar a humanidade em vários aspectos, mas não irá extingui-la, como colocou Yuval Noah Harari, autor de “Sapiens, Uma breve historia da humanidade”. O vírus mata em média 3% a 5% dos infectados, diferente do ebola, por exemplo, que pode matar até 80% dos pacientes. É preciso levar em consideração que os casos do coronavírus, tanto os de infectados, quanto os óbitos, estão sendo subnotificados. As consequências sociais e econômicas farão também novas vítimas, assim como o estresse psicológico do isolamento social, medo e desamparo. Mas a raça humana não será extinta e a tendência após a crise da pandemia atual é de alterar a maneira como vivemos e funcionamos, promovendo inovações que facilitam as mudanças necessárias ao tempo e momento em nossas vidas.
No Brasil, a crise do coronavírus expos a fragilidade da economia. A nossa bolsa de valores foi a que mais caiu (em dólares) no mundo, -52%. O valor das empresas brasileiras, em média, registrou desvalorização de metade de seus preços de mercado. Isto se deve à enorme valorização do dólar frente ao real e à desconfiança, principalmente de investidores estrangeiros, do poder de recuperação de nossa economia. Enquanto pensávamos que o Brasil iria voar em céu de brigadeiro esse ano, vimos, de fato, uma economia frágil se derreter mais do que as outras no mundo. É hora de começarmos a nos preocupar com a economia real.
Após essa crise, o mundo não será o mesmo. Os países vão ser mais autossuficientes, a máquina pública vai ter que salvar a iniciativa privada, as empresas vão dar mais foco nas tecnologias da saúde e as pessoas vão ser mais resguardadas. Outras lições virão.
*Deputado Estadual, Economista com pós-graduação pela Université Paris (Sorbonne, França) e em Gestão pela Universidade Harvard. Email [email protected] Twitter: @AdrianoSarney Facebook: @adriano.sarney Instagram: @adrianosarney
Bairros da área considerada nobre registraram mais de 30% dos casos de novo coronavírus em São Luís, até o momento. É o que aponta um mapa elaborado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) que aponta a incidência de contágio em cada região da capital.
No topo da lista está o Renascença, com nada menos do que 12 pessoas que testaram positivo para a Covid-19. O Calhau, outro bairro de classe alta, tem seis casos. O total de pacientes infectados oriundos de bairros com predominância de famílias abastadas chega a 25, no estágio atual da pandemia.
No outro extremo da lista está a Cidade Operária, um gigante territorial e populacional, mas que até agora registrou só 1 caso. A maioria dos bairros com predominância de pessoas de baixa renda apresenta incidência baixa de contágio pelo novo coronavírus, exemplo da Liberdade, Vila Embratel, Sacavém e Camboa, com apenas um caso confirmado cada um.
Os dados foram apurados pela SES quanto São Luís ainda contabilizava 67 casos confirmados de Covid-19. Atualmente, a cidade tem 82 pacientes que testaram positivo para a doença, com um óbito.
Aulas em escolas e universidades das redes pública e privada seguem suspensas até o dia 26, também como medida de prevenção ao novo coronavírus
Flávio Dino anunciou normas em transmissão ao vivo pela internet
Em coletiva realizada pelas redes sociais, na tarde desta sexta-feira (3), o governador Flávio Dino apresentou dados atualizados sobre a evolução do novo coronavírus no Maranhão e novas medidas sobre funcionamento das escolas, universidades, comércio e transporte interestadual.
Em transmissão ao vivo, o governador anunciou a continuidade das suspensões das aulas até o dia 26 de abril e do comércio até o próximo dia 12, quando haverá nova avaliação das condições da crise sanitária. Serão aplicadas multas e sanções diante do descumprimento do decreto. “A nossa preocupação é garantir que não haja a circulação de pessoas em larga escala”, explicou o governador do Maranhão.
A defesa à vida das pessoas e a necessidade de evitar um colapso na rede de atendimento à saúde guiam as decisões tomadas. “O que estamos fazendo é restrição, não é proibição. É a restrição de certas atividades, para restringir a circulação de pessoas, e, com isso, restringir a disseminação do coronavírus, para garantir que a oferta existente na rede de saúde, de equipamentos, de profissionais, de materiais, seja suficiente para atender a demanda. Se todas as pessoas no Brasil adoecerem ao mesmo tempo, a rede pública e privada não serão suficientes para atender a todos”, explicou o governador.
Durante a coletiva, o governador informou que o Maranhão já contabiliza 88 casos confirmados da doença e que 82 municípios, dos 217, apresentam casos suspeitos. “Quando começamos a semana nós tínhamos 31 casos confirmados, então tivemos expressivo crescimento. Portanto, é preciso ter muita atenção neste instante. Eu diria que estamos num momento decisivo, nacionalmente, não só no Maranhão”, relatou o governador, lembrando da importância de não medir esforços para conter a evolução muito célere da pandemia.
Medidas adotadas
Aos jornalistas e demais internautas, Flávio Dino apresentou as medidas adotadas a partir dos novos decretos publicados. Entre as decisões, as aulas presenciais permanecem suspensas até o dia 26 de abril em todas as unidades da rede pública e privada, nas redes municipais, estaduais e de ensino superior em todo o Maranhão. É o que diz o Decreto 35.713 do dia 03 de abril assinado pelo governador Flávio Dino.
O mesmo decreto estabelece que o transporte interestadual de ônibus e similares também permanece suspenso até o dia 26 de abril, exceto o transporte exclusivamente entre município maranhense e município de outro Estado que componha região integrada de desenvolvimento, por exemplo a Região Integrada de Desenvolvimento da Grande Teresina.
Por meio de decreto, o governador Flávio Dino mantém suspensas as atividades comerciais não-essenciais em todo o território maranhense até o dia 12 de abril. Academias, bares, shopping centers, lanchonetes e demais estabelecimentos comerciais devem permanecer fechados. O novo decreto estabelece que podem funcionar no sistema delivery, drive thru ou retirada no estabelecimento, os depósitos de bebidas, lavanderias, bares, restaurantes e lanchonetes, mediante pedidos via telefone ou internet.
Multas e sanções
A novidade estabelecida é a possibilidade de multas e sanções para os empreendimentos não-essenciais que descumprirem as determinações do decreto. O governador reiterou a importância da soma de esforços para superar a crise sanitária. “Iremos na próxima semana acompanhar a evolução dos novos casos. Reitero que meu desejo é que as atividades comerciais e de serviços e as atividades profissionais em geral retornem imediatamente, esse é meu desejo. Mas entre me desejo e a materialização desta vontade, existe a responsabilidade derivada dos números de ocorrências de síndromes respiratórias”, explicou o governador.
Materiais
O governador informou sobre a chegada de novos kits de testagem rápida, doadas pela empresa Vale, que darão celeridade aos diagnóstico. Falou, ainda, sobre o esforço para compra e entrega dos EPIs para os profissionais da saúde (que também entrarão como prioridade na submissão dos testes rápidos).
“Há profissionais de saúde contaminados, e, por isso, afastados de suas atividades. Esse é um ponto muito importante porque, evidentemente, não podemos abrir mão de nenhum profissional da saúde, que são as pessoas que estão habilitadas tecnicamente a cuidar da saúde de todos nós”, defendeu Dino.
Flávio Dino ainda reiterou do esforço empreendido para a compra de respiradores, que estão escassos, inclusive no mercado internacional. “Em nível do Consórcio Nordeste, havia sido feito uma compra conjunta de equipamentos e a compra foi bloqueada, ou seja, mesmo com a disponibilidade de recursos, nós temos hoje dificuldade de receber, porque os Estados Unidos e outros países que têm maior poder econômico estão junto aos mercados, fazendo processo de bloqueio e compra desses equipamento”, finalizou.
Comentários