O deputado estadual Wellington do Curso voltou a se posicionar sobre a situação precária do curso de medicina da Universidade Estadual do Maranhão (Uema) em Caxias e total abandono por parte do Governo do Estado. Em 2021, o parlamentar chegou a se reunir com os acadêmicos, que entre outros pontos reivindicam número maior de professores concursados e, ainda, maior disponibilização de campo para estágios e aulas práticas, especificamente, quanto ao internato.
Em nota, o deputado Wellington citou relatos dos alunos da 16ª turma, que informam que repentinamente geral que iniciar o internato em Caxias e não em São Luís, como era feito.
“Recebi o pedido de ajuda dos acadêmicos da 166ª turma de medicina da Uema, que foram informados que terão que fazer o internato na cidade de Caxias e não em São Luís. Ocorre que não é isso o recomendado pelo Ministério da Saúde. Não é a primeira vez em que nos pronunciamos sobre a precariedade do curso de medicina na Uema, mas volto aqui a solicitar que o Governo do Estado e a própria Universidade se posicionem. A questão envolve a qualidade dos serviços que serão prestados por nossos futuros médicos. Sigo a disposição para encontrar uma solução”, disse o deputado Wellington.
Lixo amanheceu acumulado em esquina da Avenida Kennedy, produzindo cenário caótico (Fotos: Douglas Pinto/TV Mirante)
São Luís tem sua rotina impactada neste início de ano por uma crise do serviço de limpeza pública como há muito tempo não se via. Insatisfeitos com a falta de pagamento de uma diferença salarial que deveria ter sido quitada em 2020, os cerca de 1.500 garis que realizam o trabalho na cidade já cruzaram os braços duas vezes, a última delas entre ontem e hoje. Resultado: dezenas de toneladas de lixo acumuladas na capital, produzindo mau cheiro, atraindo ratos, urubus e insetos, expondo à população ao risco de contrair doenças.
Rastro de lixo se estendeu pelo canteiro central da Avenida Kennedy, uma das movimentadas da capital
Além dos problemas visíveis, listados acima, as sucessivas suspensões da coleta de lixo e atividades afins em São Luís escancaram a inaptidão do prefeito Eduardo Braide para negociar a concessão de direitos a trabalhadores com vínculo direto ou indireto com a administração municipal. Trata-se de mais um teste de fogo em que o atual chefe do Executivo ludovicense é reprovado.
Principal via do comércio varejista de São Luís, Rua Grande também não teve coleta de lixo
Enquanto Braide bate cabeça, não só com os garis, mas também com motoristas, cobradores e empresários do setor de transporte e servidores da prefeitura de maneira geral, a capital maranhense vai acumulando múltiplos problemas. Para piorar, o prefeito não demonstra qualquer vontade de aprimorar sua habilidade para equacionar as demandas sobre sua mesa. Muito pelo contrário, a estratégia do gestor é investir pesado em seu lado midiático, a fim de desviar a atenção do público da sua falta de traquejo, associada a uma tendência arrogante e truculenta, cada vez mais evidente.
Um dos resultados da inaptidão de Eduardo Braide para negociar e atender demandas de trabalhadores com vínculo direto ou indireto com a prefeitura
Braide está há um ano e três semanas sentado na cadeira de prefeito. É muito pouco tempo para colecionar tantas crises, sobretudo em setores essenciais da administração pública municipal, como coleta de lixo, transporte, sem contar as demais áreas, já que todas as categorias se servidores se sentem desprestigiadas e reivindicam melhor tratamento.
Praça Odorico Mendes, uma das mais imponentes do Centro Histórico de São Luís com lixo não coletado sobre a calçada
A prefeita Anã Paula Lobato garantiu todo o suporte possível à equipe da Força Estadual de Saúde
A prefeita de Pinheiro, Ana Paula Lobato, recebeu, na noite de segunda-feira (24), equipes da Força Estadual de Saúde (FESMA), que vão reforçar o atendimento aos casos de Covid-19 e outras síndromes gripais no município. A solicitação da estratégia foi feita pela prefeita à Secretaria Estadual de Saúde (SES).
Na reunião, da qual também participou o presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, deputado Othelino Neto (PCdoB), foram definidas as estratégias para melhorar a assistência à saúde na cidade, principalmente relacionada ao atendimento dos casos de Covid-19 e outras gripes.
A prefeita Ana Paula Lobato destacou a importância da iniciativa para garantir o cuidado à população e um fluxo maior do atendimento.
Ana Paula e os profissionais no Centro de Testagem e Atendimentos à Covid-19
“Temos priorizado os serviços mais urgentes demandados pela população, dispensando uma atenção especial à saúde, principalmente nesse momento em que verificamos um aumento no número de casos de Covid-19 e outras síndromes gripais. Agradeço ao secretário Carlos Lula, que atendeu ao nosso pedido”, afirmou a prefeita.
O deputado Othelino Neto ressaltou a relevância da ação, nesse momento crítico de aumento dos casos de infecção pelas viroses.
“Sem dúvida, uma iniciativa das mais importantes, uma vez que estamos travando uma verdadeira guerra contra o coronavírus e outras síndromes gripais”, disse o parlamentar.
Mais insumos
A prefeita dialogou com a equipe da FEA sobre a estratégia de assistência à população de Pinheiro
O reforço conta, ainda, com uma nova remessa de medicamentos e insumos, que chegou em Pinheiro, na segunda-feira, também por solicitação da prefeita Ana Paula ao Governo do Estado.
Três equipes da FESMA, compostas por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, assistentes sociais, entre outros profissionais, vão reforçar o atendimento, nesta primeira semana, no Hospital Antenor Abreu e no Centro de Testagem. Na próxima semana, as equipes prestarão assistência em alguns povoados do município.
Pacientes em macas e amontoados em corredor do Hospital Socorrão I, em total desrespeito aos protocolos sanitários
O prefeito de São Luís, Eduardo Braide (Podemos), vive um momento extremamente difícil, certamente o mais complicado desde que assumiu o cargo, há pouco mais de um ano. O motivo são múltiplas crises que, dia após dia, causam instabilidade na gestão municipal. E o que é pior, não se enxerga no horizonte nenhuma solução, pelo menos a curto e, até mesmo, a médio prazo.
Uma das crises é a da Covid-19, que afeta gravemente o sistema de saúde da capital e suga grande parte da energia e da capacidade administrativa do prefeito. Prioridade máxima de todos os governantes mundo afora, a pandemia é um desafio que, por si só, já exige de Braide máxima atenção e esforços para debelá-la. DIvidido entre a campanha de vacinação, a oferta de tratamento aos doentes e a adoção de medidas de prevenção e combate ao novo coronavírus, ele amarga uma situação desconfortável, capaz de tirar o sono de qualquer agente público. Mas os problemas não param por aí.
Militares do Exército Brasileiro abordam cidadãos nas ruas se São Luís para repassar orientações sobre prevenção Covid-19
Transporte sob ameaça de colapso
Como se não bastasse a Covid-19, o prefeito convive a todo instante com a ameaça de um colapso no sistema de transporte público. Com o serviço operando em déficit, devido a diversos fatores, como os frequentes reajustes de óleo diesel, a pressão sindical por reajuste salarial aos trabalhadores e a própria pandemia, uma nova greve é iminente. Para impedir a segunda paralisação do transporte do seu mandato e todos os impactos negativos que mais uma vez recairiam sobre a população, a exemplo da que se estendeu por longos 12 dias, em outubro de 2021, Braide terá pela frente uma tarefa complexa. E dessa vez não pode se eximir de intervir de forma efetiva e fazer valer sua autoridade para evitar o pior.
Usuários sofreram sem ônibus na primeira greve do transporte público enfrentada por Braide, em dezembro de 2021
É obrigação dele viabilizar as condições adequadas para o reequilíbrio do sistema, o que inclui a manutenção do subsídio financeiro às empresas, o ajuste operacional à atual realidade ou cumprir a cláusula contratual que prevê o reajuste anual de tarifa. Nesse último caso, não cabe mais ao prefeito se esquivar, o que sempre fez, claramente por receio de um grave prejuízo político, tamanha a impopularidade desse tipo de medida, ainda mais em tempos de retração da economia após quase dois anos de crise sanitária desencadeada pelo novo coronavírus.
Greve de garis
Agentes de limpeza pública cruzaram os braços no início deste mês; resultado: toneladas de lixo acumuladas nas ruas de São Luís
O inferno astral de Eduardo Braide parece interminável. Outro foco de instabilidade é a limpeza pública. Desde o início deste mês, cerca de 1.500 agentes vinculados à empresa que detém a concessão do serviço em São Luís estão mobilizados para reivindicar o pagamento de uma diferença de três meses de salário, referente ao período de reajuste salarial de 2020 concedido à categoria. No dia 6, os trabalhadores decidiram radicalizar e cruzaram os braços por 24 horas, tempo suficiente para que dezenas de toneladas de lixo ficassem acumuladas em praticamente todos os bairros da capital.
O impasse está longe de um desfecho, já que o repasse da diferença salarial à categoria depende do cumprimento de um acordo financeiro firmado pela administração municipal. Mais um desafio e outra dor de cabeça para o prefeito.
Com a indefinição, os garis voltaram a paralisar as atividades desdesegunda-feira (24) e foram convencidos a voltar ao trabalho no final da manhã de hoje (25), após a promessa de que a negociação será retomada no dia 1° de fevereiro.
Campanha salarial
Sindicato dos Servidores da Prefeitura de São Luís solicitou a Braide abertura de mesa de negociação por reajuste salarial: outro foco de crise
Para completar o pacote de crises que vem minando a gestão de Eduardo Braide, servidores públicos municipais deflagraram uma campanha salarial para exigir um reajuste de vencimentos que reponha, pelo menos, as perdas inflacionárias. Há cinco anos com os ganhos estagnados, a categoria enviou, ainda em dezembro do ano passado, ofício em que solicitou a abertura de uma mesa de negociação. Dispostos a levar o seu movimento até as últimas consequências, os funcionários da prefeitura não descartam uma greve, o que seria algo desastroso em meio a tantos fatores negativos que ameaçam inviabilizar a gestão.
Assombrado pelo risco de ver sua administração mergulhada no mais profundo caos, Eduardo Braide tem diante de si uma árdua missão. Agora sim ele terá que dizer a que veio e ir além dos movimentos midiáticos calculados, sob pena de amargar um desgaste que nenhuma postagem em rede social ou propaganda televisiva serão capazes de reverter.
Checagem do passaporte vacinal é procedimento-padrão para acesso ao Fórum Desembargador Sarney Costa
Começou nesta segunda-feira (24) a exigência da apresentação do comprovante de vacinação contra o Coronavírus (COVID-19), para acesso ao Fórum Des. Sarney Costa (Calhau), como determina a Portaria-GP N° 482022, assinada pelo presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), desembargador Lourival Serejo. O documento – físico ou eletrônico – deve ser apresentado por todas as pessoas, sem exceção, para entrarem no local. O controle é feito pelo pessoal da Segurança Institucional, na entrada principal e demais acessos ao prédio.
A diretora do Fórum, juíza Andréa Perlmutter Lago, explicou que o órgão atende a determinação do presidente do TJMA e lembra a quem não possui a carteira impressa pode apresentar a Carteira de Vacinação Digital, disponível no site Gov.br. Para ter acesso ao documento eletrônico é necessário instalar o aplicativo “Conecte SUS” no smartphone, disponível para Android e IOS. Na interface do aplicativo, o usuário clica no ícone “Vacinas”, em que é preciso criar ou acessar uma conta no site Gov.br (o aplicativo direciona).
“A exigência de apresentação do comprovante de vacinação é para todos; não há distinção de pessoas”, garantiu a diretora. O documento deve ser apresentado por magistrados, magistradas, servidores, servidoras, colaboradores terceirizados, colaboradoras terceirizadas, membros do Ministério Público, defensores públicos, defensoras públicas, advogados e população em geral.
A cabeleireira Josy Melo, que esteve no Fórum de São Luís nesta segunda-feira (24) para acompanhar um processo, disse que a exigência do comprovante de vacinação da COVID-19 traz mais tranquilidade às pessoas que precisam ir até o local. “Aqui é fechado, tem muita gente circulando e saber que todos estão vacinados nos dá mais segurança”, ressaltou. A mesma opinião tem o açougueiro Michel Lima, que também foi ao Fórum no primeiro dia da obrigatoriedade do passaporte vacinal.
Comprovante de vacinação é verificado na entrada do Fórum de São Luís
O advogado Washington Luiz Ferreira disse que considera acertada a medida. “Acho importante. Estamos em um ambiente fechado e assim nos sentimos mais seguros, sabendo que todos que entram aqui estão vacinados”, afirmou.
Já a dona de casa Sandra Viegas não teve autorização para entrar no Fórum. É que ela esqueceu em casa a carteira de vacinação impressa e não teve como apresentar a carteira eletrônica disponível no site Gov.br. “Vou voltar amanhã com o documento. Eu não sabia que no Maranhão já estavam exigindo o passaporte vacinal. Já tomei as duas doses da vacina contra a COVID-19 e acho importante exigir isso para entrar nesses locais”, declarou.
A apresentação do passaporte vacinal é obrigatória para entrada em todas as unidades judiciais e administrativas da Justiça de 1º e 2º Grau do Poder Judiciário do Maranhão. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) manifestou-se favorável à determinação do TJMA que exige carteira de vacinação para ingresso nas unidades, em ação contrária, proposta pela Ordem dos Advogados do Brasil no Maranhão (OAB/MA). A entidade entrou com Procedimento de Controle Administrativo (PCA) perante o CNJ, alegando que o ato administrativo do TJMA viola a liberdade profissional dos advogados e os direitos da população. O pleito foi rejeitado pelo CNJ.
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