Há 20 anos, Maranhão protagonizava tragédia mundial com explosão de foguete em Alcântara

Autor deste blog participou ativamente da cobertura de um dos maiores desastres registrados na corrida rumo ao espaço em todo o planeta

O relógio marcava pouco mais de 13h30 do dia 22 de agosto de 2003 quando meu celular tocou. Era um chamado urgente da Redação do saudoso jornal O Estado do Maranhão para atuar na cobertura da explosão do foguete VLS-1, que ocorrera minutos antes, em plena plataforma de lançamento, na Base de Alcântara, faltando três dias para a tão esperada data de ir ao espaço. Foram momentos de extrema tensão, desgaste físico e mental, enfim, de exercício incansável do jornalismo, a fim de oferecer aos leitores – na época ainda predominava o impresso e a internet ainda era novidade – o retrato mais preciso da tragédia.

Enquanto fluíam as informações, principalmente por telefone, meio mais ágil de contato entre a imprensa e as fontes, até então, equipes eram enviadas a lugares onde se presumia ser possível obter detalhes do fato, que àquela altura já repercutia amplamente mundo afora e impactava praticamente todos os habitantes do globo com idade de compreensão.

Em meio à pressa e à competição por algum furo, muitos desencontros, mas também ousadia, inclusive deste repórter, na época um jovem de 26 anos, que chegou a ser detido no quartel do Comando Geral da Polícia Militar, no Calhau, após uma discussão ríspida com um militar, ao tentar ter acesso ao hangar do antigo Grupo Tático Aéreo (GTA), na esperança de embarcar em algum helicóptero e registrar in loco os desdobramentos da catástrofe.

Foram múltiplas as missões dadas e cumpridas durante a cobertura do desastre no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). Uma delas foi aguardar, no Instituto Médico Legal (IML), os corpos das 21 pessoas mortas na tragédia, a maioria engenheiros altamente qualificados, cuja perda resultou em um atraso de 19 anos do Programa Espacial Brasileiro. A espera foi vã, pois ninguém teve acesso aos restos mortais, desintegrados pela potente explosão. Mas estar naquele ambiente fortaleceu o trabalho de apuração, resultando em reportagens de alto valor informativo.

Ao relembrar o episódio, sou tomado por um misto de pesar pela perda de tantas vidas e orgulho por ter ajudado a escrever um pedaço da história.

Sindicato dos Operadores Portuários do Maranhão tem novo presidente

Com uma forte atuação no setor portuário maranhense, os associados ao Sindicato dos Operadores Portuários do Maranhão (SINDOMAR) foram responsáveis por 70% do total de cargas movimentadas no Porto do Itaqui no 1º semestre de 2023, o que equivale a 12 milhões de toneladas. A atuação do sindicato é de vital relevância para a economia do estado e, esta semana, conta uma novidade em sua gestão. Daniel Pereira assume a posição de presidente da entidade no lugar de Raul Lamarca. O novo gestor já integrava o quadro do sindicato como analista. 

Daniel Pereira agradeceu a confiança do Conselho da entidade e reafirmou o seu compromisso em trabalhar pelo fortalecimento da atividade portuária. “Entendo que meu papel será não apenas de encontrar pontos de equilíbrio, mas também de construir pontes entre a sociedade civil e o setor portuário, enquanto gero valor aos nossos associados. Firmo o compromisso de que minha gestão será orientada a resultados, lastreada nos princípios da isonomia e ética, prezando pela profissionalização, melhoria contínua e responsabilidade socioambiental”, destaca.

Sob liderança do novo presidente Daniel Pereira, a equipe do SINDOMAR dará continuidade aos eixos estratégicos Relação capital-trabalho; Profissionalização da gestão; e Geração de valor para o Complexo Portuário do MA.

Daniel Pereira disse que os objetivos à frente da entidade são intermediar as relações capital-trabalho, atendendo aos interesses da categoria dos operadores portuários; consolidar um modelo de gestão profissional; e gerar valor para o setor portuário com estratégia nacional e atuação local.

Há 29 anos, o SINDOMAR representa os interesses de seus associados por meio de relacionamento institucional e negociações coletivas com entidades administrativas e jurídicas. Atualmente, conta com 12 operadores portuários em seu quadro. É representado nacionalmente, assim como outros Sindicatos de Operação Portuária (SINDOPs), pela Federação Nacional das Operações Portuárias, com sede em Brasília (DF).

Na sua estrutura de governança há uma Assembleia Geral (AGE), que é o órgão soberano da entidade e delibera sobre qualquer assunto de interesse da categoria. Existem também dois conselhos, ambos eleitos pela AGE: O Conselho de Administração (CONSAD), que elege ou aponta o diretor-presidente da entidade, e o Conselho Fiscal (CONFIS), que fiscaliza a sua gestão financeira.

Biografia novo presidente

Daniel Pereira é mestrando em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para Inovação pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA); especialista em Logística Portuária e em QSMS pelo Instituto de Ensino de Superior Franciscano (IESF); e graduado em Oceanografia (UFMA). Tem mais de 6 livros publicados na área de inovação e é professor universitário na UNDB em disciplinas de inovação.

Iniciou sua carreira no setor portuário como analista do Programa de Monitoramento Ambiental do Porto do Itaqui, realizado pela Fundação Sousândrade, em 2015. Posteriormente, atuou como agente marítimo na multinacional LBH e, em seguida, como analista de operações portuárias, na Wilson Sons.

Foi superintendente de Inovação e Tecnologia na Secretaria Municipal de Inovação, Sustentabilidade e Projetos Especiais (SEMISPE) da Prefeitura de São Luís. Iniciou sua trajetória no SINDOMAR como analista administrativo-financeiro. Com uma carreira pautada pela ética e comprometimento, será uma voz atuante na busca por melhores condições e incentivos para a classe do operador portuário.