Candidatura de Irmã Rita (PRD) levanta suspeitas: R$ 100 mil por apenas 52 votos e PF em campo

CAXIAS-MA – A política de Caxias vive mais um capítulo envolto em mistério. A candidatura de Irmã Rita, que recebeu cerca de R$ 100 mil para sua campanha, mas terminou a eleição com apenas 52 votos, acendeu o alerta de autoridades e da população. A disparidade entre o montante investido e o resultado nas urnas levanta suspeitas sobre a real finalidade dessa candidatura.
Suspeitas de candidatura laranja
Nos bastidores, a hipótese mais comentada é de que Irmã Rita teria atuado como candidata laranja. Segundo conversas de bastidores, quem teria saído como verdadeiro beneficiado desse suposto arranjo seria o vereador Daniel Barros (PRD), figura influente no cenário político local.
A matemática, por si só, já gera estranheza: se fosse feita uma divisão simples, cada voto recebido pela candidata teria custado quase R$ 2 mil? Partindo dessa pergunta um levantamento de informações através do site de Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais um dado chamou atenção:


Uma das empresas que consta no ranking de fornecedores: P DA S LOPES LTDA, CNPJ: 40.238.137/0001-01 PRESTOU SERVIÇOS DE ASSESSORIA DE MARKETING QUE COMPREENDEM OS SERVIÇOS DE DESIGN GRÁFICO E EDIÇÃO DE VÍDEOS PARA REDES SOCIAIS no valor de R$10.000,00.
O fato que chamou a atenção dos investigadores se deu quando em uma busca na internet sobre a Candidata Irmã Rita, encontrou-se um perfil no instagram @ritapereiraof, com publicações que não se adequam ao valor praticado no mercado publicitário. Diante dessa suspeita, os investigadores partiram para diligências na cidade de Barra do Corda, sede da empresa P DA S LOPES LTDA com nome de fantasia cadastrado como M1 Marketing, e para surpesa dos agentes, ao se dirigirem ao endereço, foi constatado que no local existe uma residência e não uma empresa de publicidade como consta nas imagens. Portanto, o fato pode até ser “legal” porém não deixa de ser imoral.

Este, não é um fato isolado, outras questões estão sendo apuradas e investigadas em busca de respostas que justifiquem a quantia de recursos recebidos por Irmã Rita (PRD), candidata a vereadora nas eleições de 2024.

O mistério de mais 4 Diante do fato da empresa que supostamente não tem sede própria, os investigadores encontraram também aportes financeiros para mais 04 (quatro) candidatas do PRD – Partido Renovação Democrática. As candidatas: Andressa Santos, Célia Lemos, Lena do Caxirimbu e Michele Franco também tiveram como fornecedor de serviços de mídias digitais a empresa P DA S LOPES LTDA (M1 Marketing) curiosamente com notas fiscais fornecidas com o mesmo valor de R$10.000,00 para cada candidata.

Quando parentes são usados como “testa de ferro”, significa que eles empregados estão em sendo uma negociação ou transação para ocultar a real identidade do verdadeiro interessado. – No caso da candidata Irmã Rita, sua filha Daniela Pereira da Silva, CPF 041.XXX.XXX-73, recebeu o valor de R$ 5.000,00 (Cinco mil reais) em 16.08.2024, classificado como ‘despesas com pessoal’. Ora, se a própria filha precisou receber dinheiro em sua conta para fazer campanha para mãe, é mais um indício robusto que o valor acertado pelo beneficiário da trama criminosa era pago diretamente aos parentes. Essa prática é uma forma de simulação e é ilegal. A depender da gravidade e da área envolvida (por exemplo, fiscal ou criminal), os envolvidos podem sofrer sanções adicionais, como multas ou até prisão.

Fraude em notas fiscais
Como se não bastasse, os agentes apontaram mais um escândalo nos dados informados pela candidata Irmã Rita (PRD). A empresa LOBO DISTRIBUIDORA COMÉRCIO E SERVIÇOS LTDA, inscrita no CNPJ: 36.140.337/0001-41, emitiu notas ficais relacionadas a publicidade de materiais impressos no valor de R$ 12.075,00. Em diligência ao site da Secretaria da Fazenda do Estado do Maranhão restou constatado que a empresa nunca trabalhou no setor de materiais gráficos e não tem histórico de serviços nessa área, muito menos parque gráfico nem entrada de compra de papel, insumo necessário para confecção de materiais impressos. Além disso, a empresa Lobo Distribuidora emitiu notas ficais apenas para as candidatas mulheres do Partido Renovação Democrática (PRD) nas eleições de 2024.
Candidaturas “Laranjas”
Nas Eleições de 2024, o combate às candidaturas femininas “laranjas” foi intensificado com novas regras e a fiscalização do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Essas medidas foram implementadas para impedir que partidos políticos simulassem o cumprimento da cota de gênero, que exige um mínimo de 30% de candidatas mulheres.

O que são candidaturas laranjas?
São candidaturas fictícias, ou seja, de mulheres que não têm intenção real de fazer campanha ou disputar o pleito, mas que são registradas apenas para que os partidos atinjam a cota de 30% de candidatas femininas. Geralmente, essas candidatas recebem pouco ou nenhum recurso de campanha. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) utiliza critérios como votação inexpressiva, ausência de atos de campanha, distribuição desigual de verbas de fundo partidário e falta de divulgação para identificar candidaturas fraudulentas.
Cota de Gênero e a Fábrica de “LARANJAS”
As candidaturas “laranjas” são identificadas por uma série de características que revelam a falta de intenção de disputar a eleição de fato. Entre os indicadores de fraude estão:

Votação inexpressiva: O número de votos recebidos pela candidata é muito baixo, por vezes até nulo.
Distribuição desigual de recursos: O partido destina pouca ou nenhuma verba do Fundo Eleitoral e do Fundo Partidário para a campanha das candidatas, concentrando o financiamento nas campanhas de outros candidatos, geralmente homens.
Ausência de campanha efetiva:
A candidata não promove atos de campanha, não divulga suas propostas e não faz propaganda eleitoral.
Movimentação financeira incompatível: Os gastos declarados são mínimos, ou não há qualquer movimentação financeira, mesmo havendo verba destinada pelo partido. A simulação de despesas é uma prática ilegal que atenta contra a lisura do processo eleitoral e pode resultar em punições severas.
Quebra de sigilo e investigação em curso
O caso deixou de ser apenas especulação. O sigilo bancário já foi quebrado e a Polícia Federal está em campo, colhendo documentos, analisando transações e traçando o caminho do dinheiro e principalmente ouvindo os envolvidos. A investigação deve apontar se houve desvio de finalidade ou mesmo um esquema orquestrado para beneficiar terceiros. Nunca uma foto foi tão propicia para uma situação que está por vir.

O silêncio que incomoda Até o momento, os envolvidos não deram explicações consistentes, e o silêncio apenas aumenta o clima de suspeita. Nos corredores políticos, a pergunta que não quer calar é: a quem realmente serviu a candidatura de Irmã Rita? A Polícia Federal trará as respostas e a população de Caxias, vai acompanhar nos próximos dias outras matérias envolvendo o Clube das Laranjinhas e como diz a música da Xuxa…. “Vai começar a dança da Laranja”.
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