Maranhão registrou mais de 23 mil internações de motociclistas envolvidos em acidentes de trânsito nos últimos 10 anos, com 324 mortes e custo de R$ 11 milhões ao sistema de saúde
Adultos jovens (20 a 39 anos) e homens foram os mais afetados, com destaque para a população parda

No Brasil, os acidentes com motos são a segunda principal causa de óbitos por fatores externos, com destaque para o Maranhão, estado que possui a maior proporção de motocicletas em circulação entre todos os estados brasileiros: quase 60% do total da frota, segundo estudo da Secretaria Nacional de Trânsito (SENATRAN). Confira aqui. Os dados são do Perfil Epidemiológico de Motociclistas Envolvidos em Acidentes de Trânsito no Maranhão: Um Estudo Retrospectivo (2015/2024), de autoria das pesquisadoras Brenda Fernandes Campinho Braga, Isadora Márcia Pereira Nery e Tainá de Abreu Gomes, tendo como orientador o médico Gerardo Vasconcelos Mesquita, doutor em Ortopedia e Traumatologia com atuação em Teresina-PI.
O estudo descreveu o perfil epidemiológico das internações hospitalares e dos óbitos causados por acidentes de trânsito envolvendo motociclistas no estado do Maranhão, no período de 2015 a 2024. Os resultados revelaram que, entre 2015 e 2024, o Maranhão registrou 23.310 internações por acidentes motociclísticos, com maior incidência em 2019. Houve queda progressiva nos casos e óbitos após esse ano.
Adultos jovens (20 a 39 anos) e homens foram os mais afetados, com destaque para a população parda. A maioria das internações ocorreu por urgência (96,3%), com média de 4,9 dias de permanência. Os custos hospitalares somaram R$ 11 milhões, sendo os homens responsáveis por 80% do total. A taxa de mortalidade foi de 1,39, com 324 óbitos.
Cidades com maior incidência
Municípios como Pinheiro, Imperatriz e Santa Inês concentraram os maiores registros, evidenciando a necessidade de políticas de prevenção voltadas a jovens, especialmente do sexo masculino. Portanto, os dados analisados evidenciam que os acidentes motociclísticos representam um grave problema de saúde pública no Maranhão, com impacto significativo sobre a rede hospitalar, principalmente entre homens jovens.
Apesar da redução nas internações e óbitos após 2019, os custos permanecem elevados e a gravidade das lesões é expressiva. A concentração de casos em municípios com maior fluxo viário indica a urgência de políticas públicas voltadas à educação no trânsito, fiscalização e promoção de comportamentos seguros, com foco nos grupos mais vulneráveis. Investimentos em prevenção podem reduzir não apenas a morbimortalidade, mas também os custos sociais e econômicos associados a esses eventos.
Diante do elevado custo gerado pelas internações decorrentes de acidentes de trânsito no Maranhão, especialmente envolvendo motociclistas, o estudo recomenda a realização de estudos que reforcem a urgência em identificar os perfis epidemiológicos das vítimas. Essa caracterização é essencial para subsidiar políticas públicas e a formulação de estratégias preventivas mais eficazes, com o intuito de mitigar os impactos econômicos e sociais no sistema público de saúde estadual e na sociedade como um todo.
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