
Principal item da cadeia do extrativismo vegetal no Maranhão, o babaçu tem se popularizado mundo afora. O produto tem grande aceitação na Europa e nos Estados Unidos, na forma de óleo, mesocarpo e sabonete. Diante do anúncio feito pelo presidente norte-americano, Donald Trump, de que taxará em 50% as exportações brasileiras para o seu país, a partir de 1º de agosto, surge um cenário extremamente preocupante, que ameaça romper um ciclo econômico virtuoso. A taxação é um duro golpe em uma atividade histórica, cujo impacto pode arruinar dezenas de milhares de vidas no estado.
A produção sustentável e o comércio justo transformaram a vida de um número expressivo de famílias no Maranhão. Unidas por entidades como a Associação em Áreas de Assentamento no Estado do Maranhão (Assema), as quebradeiras de coco babaçu recebem orientação e apoio para tornar a coleta de fruto ecologicamente correta e rentável. O trabalho é árduo. É preciso catar o coco, depois quebrá-lo e selecionar as amêndoas. Só então, em pequenas fábricas, o babaçu é transformado em óleo, farinha de mesocarpo e sabonete, beneficiamento que torna o produto “tipo exportação.
De acordo com Valdener Miranda, técnico de comercialização da Assema, praticamente metade da produção já é enviada ao mercado externo, mas há grandes possibilidades de aumentar o número de clientes no exterior. “Estamos buscando novos clientes estrangeiros e por isso sempre participamos de feiras como a Sana e Terra Madre, na Itália, e a Biofach, na Alemanha. Ainda não fechamos nenhum contrato com importadores árabes, mas temos muito interesse na região”, afirma.
Portanto , o cenário outrora animador dá lugar à pior perspectiva possível. Alarmados, produtores já anteveem as perdas, ao mesmo tempo em que torcem por um entendimento entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos que afaste qualquer risco.
Cantado em versos como “No Maranhão, babaçu abunda”, obra de um compositor popular, o precioso coco pode perder valor de mercado se a taxação de 50% para exportação aos EUA for aplicada. E isso não tem graça nenhuma.
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