Falso moralismo: Comissão de Saúde da Alema é abandonada sob comando de Cláudia Coutinho, que insiste em apontar erros de gestão. Enquanto posa de fiscal da saúde pública nas redes sociais, deputada ignora responsabilidades no Parlamento e transforma comissão em espaço fantasma

Uma das comissões mais relevantes da Assembleia Legislativa do Maranhão (Alema), a Comissão de Saúde, vem sendo tratada com absoluto descaso desde que passou a ser presidida pela deputada Cláudia Coutinho (PDT). Em cerca de nove meses, o grupo de trabalho que deveria debater, propor e fiscalizar políticas públicas voltadas à saúde dos maranhenses realizou apenas uma única reunião – e ainda assim, por obrigação regimental.
A reunião solitária aconteceu no longínquo 20 de março deste ano, para o recebimento do relatório de gestão da Secretaria de Estado da Saúde, referente ao 2º e 3º quadrimestres de 2024. Na ocasião, compareceu o secretário estadual de Saúde, Thiago Fernandes. Desde então, a comissão mergulhou no completo silêncio – sem pautas, sem agendas, sem qualquer discussão ou proposição relevante para o setor.
O contraste entre a atuação parlamentar e o discurso público da deputada Cláudia Coutinho é gritante. Nas redes sociais, ela se apresenta como uma fiscal atenta e crítica das ações de saúde, especialmente do município de Caxias, a quem vive cobrando com frequência. No entanto, a realidade em sua própria atuação na Alema revela uma parlamentar inoperante e sem compromisso com a pasta que deveria liderar.
Enquanto comissões como a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) seguem com calendário regular, votando projetos e debatendo temas importantes, a Comissão de Saúde vive um abandono institucional sem precedentes. A ausência de reuniões sistemáticas escancara não apenas a desorganização, mas uma falta de respeito com os maranhenses, especialmente os que mais dependem do sistema público de saúde.
A postura da deputada Cláudia Coutinho evidencia uma preocupante incoerência política: cobra gestão dos outros, mas falha em liderar o espaço que deveria ser o centro das discussões sobre a saúde estadual. Sua atuação até aqui pode ser definida como inexpressiva, negligente e politicamente estéril.
Se Cláudia Coutinho não tem capacidade para conduzir os trabalhos de uma comissão parlamentar, como pode exigir eficiência de prefeituras ou do próprio Governo do Estado, querendo interferir até mesmo na composição do secretariado de Carlos Brandão? A pergunta que ecoa nos corredores da Alema é clara: quem fiscaliza quem não trabalha?
Enquanto a saúde segue enfrentando desafios históricos no Maranhão, a população aguarda não só discursos prontos e postagens moralistas, mas ações concretas. E isso começa dentro da própria Assembleia Legislativa.