Por Gentil Neto *
Há exatamente um ano, vivíamos um dos dias mais marcantes da minha vida. Eu lembro como se fosse agora. O corpo cansado, os olhos fundos, as noites sem dormir, o coração acelerado. Lembro da sensação de não saber o que vinha pela frente, mas sentir dentro de mim uma certeza que nenhuma pesquisa podia medir: Deus estava comigo.
Foram dias de luta, de caminhada, de abraços que diziam mais do que mil palavras. Eu bati de porta em porta, olhei nos olhos das pessoas, falei com o coração. Não havia tempo pra descanso, nem garantia de vitória. Havia fé. Fé em Deus, fé na missão, fé nas pessoas que acreditaram em mim quando muitos duvidavam.
Lembro da minha magreza, da voz rouca, da cara de cansaço. Lembro também dos ataques, das injustiças, das vezes em que precisei calar enquanto outros comemoravam. Mas mesmo no silêncio, havia força. Havia propósito.
E como esquecer aquele momento no bairro Sabiá? A caminhada, o calor, a emoção da dona Fátima. Aquela cena ficou gravada em mim. O abraço dela me desmontou por dentro. Ali, eu entendi que nada daquilo era por poder, era por amor. Que a política, quando feita com verdade, é uma missão divina.
Chamavam-me de menino. E o menino venceu. Não porque gritou mais alto, mas porque acreditou mais fundo. Não porque tinha tudo, mas porque tinha o essencial: fé, verdade e coragem.
Hoje, um ano depois, olho pra trás e vejo que cada lágrima, cada passo, cada oração valeu a pena. Eu não venci sozinho. Foi Deus quem me sustentou quando as forças faltavam. Foi o povo que me empurrou quando o medo tentava me parar.
E é por isso que sigo firme. Com o mesmo coração, a mesma humildade e a mesma fé. Porque o menino que um dia bateu de porta em porta continua o mesmo, agora batendo nas portas dos corações, com o desejo sincero de cuidar das vidas que Deus me confiou.
*Prefeito de Caxias-MA
