A história de Murany Oliveira mostra por onde começar, mesmo diante de crises, e como a capacitação empreendedora pode mudar rumos

Com a chegada do fim do ano, novos planos entram na lista de metas dos brasileiros. “Ter o próprio negócio” aparece como o terceiro maior sonho da população, atrás apenas da casa própria e de viajar pelo país, apontam dados da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM 2024). Esses sonhos estão entre os desejos mais comuns para o novo ciclo.
A pesquisa afirma que o Brasil registrou o maior nível de empreendedorismo dos últimos cinco anos. Atualmente, cerca de 33% da população adulta está envolvida em alguma atividade empreendedora, enquanto quase metade dos brasileiros que ainda não empreendem pretende abrir um negócio próprio nos próximos três anos.
Mas, diante dos desafios do mercado, surge a dúvida: por onde começar? A trajetória da empreendedora Murany Oliveira Araújo, de Barra do Corda, ajuda a responder essa pergunta. A história começou em 2019, quando Murany decidiu transformar o sonho de empreender em realidade. “Eu era sacoleira, vendia de tudo um pouco no Instagram: lingerie, óculos, bolsas. Fui montando meu nicho aos poucos”, lembra. Mais do que vender, ela buscava entender o comportamento dos clientes, testar produtos e construir uma base fiel.
Com o crescimento das vendas, Murany decidiu dar o passo que todo empreendedor sonha: abrir sua primeira loja física. Inaugurada em fevereiro de 2020, a loja precisou fechar as portas um mês depois, com a chegada da pandemia. “Veio o medo, a dúvida, mas eu não desisti”, conta.
Inaugurada em fevereiro de 2020, a loja precisou fechar as portas apenas um mês depois, com a chegada da pandemia da Covid-19. “Veio o medo, a insegurança e muitas dúvidas, mas eu não desisti”, relembra Murany. Mesmo diante das incertezas, ela manteve o negócio ativo e seguiu buscando alternativas para se reorganizar.
A virada de chave aconteceu em 2023, quando Murany participou do Empretec, formação do Sebrae voltada ao desenvolvimento de competências empreendedoras. A experiência foi decisiva para redefinir estratégias, fortalecer a visão de negócio e estruturar um novo momento da empresa. Foi a partir dessa capacitação que nasceu a MOA, marca própria de óculos solares e receituários.
“Eu já trabalhava com armações, mas ainda não tinha identidade. No Empretec, tudo se encaixou. A MOA nasceu ali, como um presente e como resultado de muito aprendizado. Então, a partir desse momento, a gente criou a marca de óculos solares e receituários. Os modelos são escolhidos a dedo, com todo cuidado”, conta.

Atualmente, a MOA trabalha com fábrica certificada e produção personalizada. Os modelos são selecionados pela própria empreendedora e contam com proteção e certificado de garantia. A marca atende Barra do Corda e municípios da região. A estratégia de marketing digital e o relacionamento próximo com os clientes também ajudaram a consolidar o negócio.
Mercado favorável amplia oportunidades
O crescimento da MOA acompanha o bom momento do setor óptico no país. De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Ópticas (Abióptica), o segmento faturou R$ 27 bilhões em 2024, frente aos R$ 26 bilhões registrados no ano anterior. Somente no mês de outubro, as empresas do ramo movimentaram R$ 2,39 bilhões.
Atualmente, o setor óptico emprega cerca de 180 mil pessoas em 71.226 pontos de venda em todo o Brasil. Para 2025, a Abióptica projeta crescimento de 5%, o que reforça o potencial para novos negócios e marcas com identidade própria.
Ano novo, negócio novo: por onde começar?
Assim como Murany, quem inclui o empreendedorismo entre as metas de ano novo encontra o apoio do Sebrae para tirar ideias do papel e estruturar negócios de forma facilitada.
A relação de Murany com o Sebrae antecede a criação da marca. Antes mesmo de empreender, ela já acompanhava a atuação da instituição por meio da Associação Comercial de Barra do Corda. Ao longo da trajetória, buscou apoio em consultorias nas áreas de marketing, organização estrutural e planejamento. “O Sebrae sempre esteve presente. Sempre que preciso, procuro ajuda. É um apoio que faz diferença, principalmente para quem está começando”, destaca.
Com o negócio estruturado, Murany agora projeta novos passos. O objetivo é expandir a MOA para outros municípios da região, fortalecendo a marca e ampliando o alcance do empreendimento.
A história da empreendedora também deixa um recado para quem deseja iniciar 2026 empreendendo. “Não desista. Empreender não é fácil, é um desafio diário. Mas buscar conhecimento e não caminhar sozinho faz toda a diferença”, afirma.
Formada em Marketing e Gestão Comercial, Murany atualmente cursa Optometria, ampliando o conhecimento técnico no segmento em que decidiu atuar. Para ela, planejamento, capacitação e apoio especializado são passos fundamentais para transformar o desejo de empreender em um negócio sustentável.

Quer empreender? O Sebrae pode te apoiar
Para quem inicia o ano com o desejo de empreender ou estruturar um novo negócio, o Sebrae é um dos principais pontos de apoio no Maranhão. A instituição conta com 12 unidades regionais, uma rede com mais de 180 Salas do Empreendedor espalhadas pelo estado e também as Salas Parceiro Sebrae, ampliando o acesso a orientações, capacitações e serviços para pequenos negócios em diferentes regiões.
Além do atendimento presencial, o Sebrae oferece suporte pelos canais digitais. Informações sobre cursos, consultorias e programação podem ser acessadas pelo site nacional (www.sebrae.com.br) e pelo Sebrae Maranhão (www.ma.sebrae.com.br), além do Instagram @sebraemaranhao. O atendimento gratuito também está disponível pelo telefone 0800 570 0800, facilitando o acesso de quem busca transformar ideias em oportunidades de negócio.