O governador Flávio Dino (PCdoB) exonerou todos os membros da Comissão Estadual de Prevenção à Violência no Campo e na Cidade. Coincidência ou não, a medida foi tomada quatro dias após após o conflito de terra ocorrido em 30 de abril, em Viana, que vitimou mais de uma dezena de indígenas da etnia gamela, conforme divulgaram a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e o Conselho Indigenista Missionário (Cimi).
Imediatamente após o confronto no povoado vianense de Bahias, Flávio Dino tentou isentar o seu governo de culpa em relação ao conflito. Segundo a versão propagada pelo comunista, a Fundação Nacional do Índio (Funai) foi alertada pelo governo maranhense sobre o risco de uma invasão às terras reivindicadas pelos índios e ocupadas, em grande parte, por famílias de produtores rurais.
O fato é que a invasão de fato aconteceu, com saldo sangrento para vários índios, alguns dos quais feridos gravemente a bala e a golpes de faca, facões e outros instrumentos cortantes e com alto poder de mutilação.
O suposto aviso pode ser considerado uma ação preventiva do Estado, o que leva a crer que a comissão cumpriu sua missão a contento, eximindo o governo de qualquer responsabilidade no violento episódio.
Em meio à dúvida, resta uma a pergunta: se o alerta realmente aconteceu, por que Flávio Dino decidiu banir do seu governo todos os membros titulares e suplentes da comissão? O ato de exoneração foi publicado no Diário Oficial do Estado no último dia 4.