Flávio Dino ignora escândalo nacional e vai inaugurar hospital instalado em clínica alugada

Instalado em prédio alugado, Hospital de Traumatologia e Ortopedia iniciará atendimentos nos próximo dias

O Hospital de Traumatologia e Ortopedia do Maranhão, instalado na Clínica Eldorado, no bairro de mesmo nome, vizinho ao Turu, será finalmente inaugurado. Após o pagamento antecipado de mais de um ano de aluguel e uma ampla reforma, bancada totalmente com recursos do Estado,  a unidade de saúde entrará em funcionamento nos próximos dias. Já adaptado a prestar atendimento a pacientes ortopédicos e vítimas de traumas, o imóvel já exibe a marca do governo e um número crescente de pacientes já têm consultas e exames marcados no local.

Nem mesmo o escândalo nacional que estourou com a revelação de que o prédio tem como uma das donas uma advogada, ocupante de alto cargo na Secretaria Estadual de Saúde (SES), e filha de um desembargador do Tribunal de Justiça do Maranhão, demoveu Flávio Dino da ideia de manter o aluguel suspeito. Pelo contrário, bem ao seu estilo marrento, ele segue firme em seu propósito de oferecer atendimento a vítimas de fraturas e outros traumas, a portadores de doenças da coluna e demais pessoas que precisam de tratamento nas especialidades ofertadas no prédio particular locado e reformado ao custo de quase R$ 2 milhões, antes mesmo da inauguração.

Maus antecedentes

Pesam contra Flávio Dino alguns maus antecedentes de gastos polêmicos, como o aluguel de um prédio no bairro Aurora, cujo proprietário, conforme noticiou este blog em primeira mão, em janeiro deste ano, é ninguém menos do que um engenheiro filiado ao PCdoB, partido do governador, à época, nomeado em cargo de gestão na Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap).

Outros alugueis camaradas vieram à tona após a revelação bombástica de que o governo pagava R$ 9,5 mil por mês a um membro do PCdoB pelo aluguel de uma casa na Aurora para abrigar uma unidade de ressocialização da Funac. Dias depois do primeiro caso rumoroso, soube-se que o prédio que abriga a Delegacia do Adolescente Infrator (DAI), na Rua das Cajazeiras, no Centro, também havia sido reformado e seu aluguel, pago antecipadamente pelo governo. Nesse caso, a sangria no erário chegou a R$ 720 mil, sem que o prédio ainda tivesse sido ocupado.

Mudança

Decreto que autoriza a locação do prédio e modifica regime de contratação do aluguel

Alvo de duas graves suspeitas de favorecimento a terceiros com recursos públicos, por meio da contratação de aluguéis de imóveis para uso do Estado, Flávio Dino modificou o regime desse tipo de contratação e agora, além de realizar licitação para tal finalidade, recorre a mecanismo jurídico para evitar gastos com a reforma física, prática outrora comum em sua gestão, condenada por resultar em perdas significativas aos cofres públicos, sem qualquer previsão de ressarcimento.

Depois de ter amargado profundo desgaste com os episódios revelados, que produziram ecos barulhentos na mídia nacional, o comunista agora tenta se precaver, para não voltar à mira de mais um bombardeio. Exemplo recente da disposição do governador de fazer o correto, mesmo tardiamente, foi a abertura de concorrência para locação de mais um prédio, desta vez o antigo Edifício João Goulart, localizado na Praça Pedro II, praticamente em frente ao Palácio dos Leões.

No local, Flávio Dino pretende instalar serviços da administração estadual e para evitar que mais dinheiro do contribuindo vá pelo ralo, alterou o regime de contrato para o built to suit, em que o locador investe dinheiro no imóvel, nele edificando ou por meio de reformas substanciais, sempre com vistas a atender às necessidades previamente identificadas pelo locatário. Ou seja, o próprio responsável pelo imóvel custeará as devidas adaptações físicas no prédio, cabendo ao governo apenas ocupá-lo e pagar o aluguel.

Com a alteração, o governador tenta redimir-se dos erros do passado, que arranharam sua imagem e abalaram gravemente as estruturas do seu governo. Quanto ao dinheiro gasto com os contratos anteriores, pode ser dado como perdido, graças à irresponsabilidade de quem o gastou como se estivesse em uma farra.

Assista à matéria do Bom Dia Brasil que aborda em tom crítico o aluguel da Clínica Eldorado:

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