É de origem maranhense, do município de Pedreiras, o autor de Pisa na Fulô, música conhecida em todo o Brasil. Quando escreveu a canção ainda na década de 1950, em parceria com Silveira Junior e Ernesto Pires, João do Vale, de voz forte e vida humilde, não poderia imaginar que a canção se tornaria um dos hinos do forró tradicional. Se estivesse vivo, um dos compositores mais representativos da cultura nordestina poderia contribuir para a pesquisa do que investigará a complexidade das Matrizes Tradicionais do Forró na sua terra natal, o Maranhão.
O Forró, manifestação cultural conhecida por seus ritmos musicais, danças e instrumentos tradicionais, teve seu processo de registro como Patrimônio Cultural do Brasil, iniciado em 2019 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), abarcando todos os estados do Nordeste e de outras regiões do país.
O Maranhão, estado natal desse expoente da Música Brasileira, estará contemplado nesse estudo, sendo uma das etapas do processo de Registro para avaliação do ritmo musical como Patrimônio Cultural do Brasil.
A pesquisa vem investigando a complexidade das Matrizes Tradicionais do Forró com suas dimensões melódicas, harmônicas, rítmicas e coreográficas, além dos modos de fazer instrumentos musicais, dos contextos sociais e culturais em que a manifestação está inserida, bem como as particularidades dos lugares onde tais referências culturais são mais simbólicas. Para que o dossiê resultante da pesquisa contemple a história, os atuais desafios e as perspectivas de continuidade das práticas sociais que formam as Matrizes Tradicionais do Forró, busca-se a participação ativa das comunidades e atores sociais que mantém viva a tradição no país. A indicação é que o Registro tenha abrangência nacional.
Para que um bem seja registrado pelo Iphan é necessário demonstrar sua relevância para a memória nacional, sua continuidade histórica e de que forma este carrega as referências culturais de grupos formadores da sociedade brasileira.
Na capital São Luís, o forró é pulsante em diversas épocas do ano e principalmente nas festividades de São João. Já no interior, acontece anualmente a festa do Forró em Pedreiras, em homenagem a João do Vale, e em Lucindo, povoado do município de Poção das Pedras, a Festa é dos Sanfoneiros, reunindo tocadores de todo o Estado.
Em função do significado das Matrizes Tradicionais do Forró para a identidade do povo ludovicense e maranhense, a Prefeitura de São Luís, por meio da Fundação Municipal de Patrimônio Histórico e da Secretaria Municipal de Cultura, com o apoio do Tributo ao Rei do Baião, realizará uma celebração do forró com os detentores e com a população, num ato de fortalecimento dessa importante
manifestação cultural em processo de patrimonialização nacional pelo Iphan.
Pisa na Fulô, Forró na Janela – Uma homenagem a João do Vale e Luiz Gonzaga, irá acontecer dia 14 de outubro, a partir das 18h00 e contará com a participação do grupo de forró Pé no Chão e mais 10 sanfoneiros que se apresentarão nas janelas do sobrado na Rua Portugal, nº 285.
O evento associa essa celebração popular com a comemoração do aniversário de nascimento do maranhense João do Vale, que completaria 87 anos de idade em 2021, e também como uma prévia do XVII Tributo ao Rei do Baião, que acontecerá em dezembro deste ano.
Serviço:
O que: Pisa na Fulô, Forró na Janela – Uma homenagem a João do Vale e Luiz Gonzaga
Local: Sede da FUMPH, Rua Portugal, nº 285, Praia Grande, Centro Histórico.
Horário: 18h
Realização: Prefeitura de São Luís, por meio da Fundação Municipal de Patrimônio Histórico (FUMPH) e da Secretaria Municipal de Cultura (SECULT); Tributo ao Rei do Baião e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional-Iphan.