Não é exagero nenhum afirmar que o anúncio feito na noite dessa segunda-feira (23) pelo deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) de que apoiará a candidatura do senador Weverton Rocha (PDT) ao governo caiu como uma bomba sobre o palanque do governador e candidato à reeleição, Carlos Brandão (PSB), e do pré-candidato ao Senado Flávio Dino (PSB), que se lançará ao pleito com a unção do Palácio dos Leões. Com capital político turbinado por uma base de sustentação formada por cerca de 50 prefeitos e diversas outras lideranças, Maranhãozinho pode ser o fiel da balança para o desfecho a favor do pedetista.

Somado ao cacife de Weverton, que também conta com respaldo político expressivo, apesar da debandada de alguns aliados de peso, hoje alinhados ao projeto de Brandão e Flávio Dino, o potencial eleitoral do Maranhãozinho tende a fortalecer a principal chapa de oposição ao grupo governista. E, quem sabe, frustrar os planos majoritários da situação.

Em pouco mais de 24 horas após a declaração de apoio feita por Maranhãozinho a Weverton, ainda não é possível calcular a força política resultante da nova coalizão. Mas é certo que é o bastante para levar a aliança palaciana e se movimentar ainda mais ou até mesmo a rever estratégias de campanha, sob pena de fracasso retumbante nas urnas em outubro.

Se os prefeitos que hoje apoiam Maranhãozinho e agora também cerram fileiras com Weverton são cooptáveis, não é prudente afirmar. Porém, a almejada continuidade do grupo governista no poder passa necessariamente pela mudança de palanque de boa parte deles. Ou, pelo menos, pela neutralidade dos menos fiéis, chance esta bem remota em período eleitoral, quando políticos precisam se posicionar para, dependendo do resultado, colher os louros da vitória ou chorar a derrota, já pensando em reconstrução.

Em meio a tantas dúvidas e às inevitáveis especulações, duas certezas se impõem: a primeira é que a adesão de Maranhãozinho a Weverton tornou a sucessão estadual ainda mais imprevisível. A segunda é a mobilização palaciana para reequilibrar o cenário, com provável uso da máquina pública para fins politiqueiros e outras manobras que comprometam a lealdade da disputa.

A campanha promete!