
Sucessivos arrombamentos voltaram a assustar comerciantes da Praia Grande. Após uma pausa nas ocorrências no período junino, quando o Centro Histórico de São Luís ficou mais movimentado durante as noites e madrugadas, os criminosos voltaram a atacar, com frequência, lojas, bares, restaurantes e outros estabelecimentos da área. O alvo mais recente foi a loja Star Discos, situada na Rua Portugal, especializada na venda de roupas e acessórios de reggae, CD’s, discos de vinil (LP’s), pen drives, roupas e outros artigos.
Para invadir o estabelecimento e furtar os objetos, o autor, ainda não identificado, removeu, com uso de um pé de cabra, uma peça encaixada na parte inferior da porta de madeira, como se já soubesse que ali havia um remendo. A impressão é de que os ladrões passam o dia sondando cada imóvel, comercial ou não, para avaliar as chances de arrombamento. Os bandidos buscam, de preferência, situações que facilitem o ato criminoso, como um descuido das vítimas.
O arrombamento da Star Discos aconteceu cerca de um mês depois de uma reunião entre comerciantes do Centro Histórico – área também conhecida popularmente como Reviver, em alusão ao projeto executado pelo poder público no final da década de 80, que restaurou aquele acervo arquitetônico colonial – e uma comitiva formada por representantes do Governo do Estado. Um dos temas abordados no encontro foi justamente a segurança pública, com ênfase para os arrombamentos a estabelecimentos comerciais da região.
Na ocasião, foram discutidas medidas de prevenção e combate à criminalidade. Mas o que seria uma ação efetiva não passou de promessa. O discurso das autoridades não se confirmou na prática e o quadro que se tem, no momento, é de medo, tanto de prejuízos financeiros, quanto de atentados à vida. Indignados com o que chamam de descaso e sem perspectivas de melhora, comerciantes e outras pessoas que vivem o dia a dia do Centro Histórico expõem sua insatisfação nas redes sociais, na esperança de que os apelos cheguem à cúpula do governo.
Além dos donos de lojas e demais empreendedores do Centro Histórico, o público também não esconde seu receio ao frequentar a região. O medo é potencializado pela deficiência do policiamento, que, segundo os comerciantes da área, deveria estar presente em regime de 24 horas. Como essa providência ainda não está sequer em estudo, pelo menos até agora, a tendência é de que o clima de sobressalto se acentue.
Os ataques sucessivos às lojas do Centro Histórico e das perdas financeiras decorrentes desses delitos exigem uma resposta imediata e enérgica das forças de segurança pública. Enquanto essa providência não for adotada, a exploração plena da área como vetor de impulsionamento do turismo permanecerá inviável.
Editorial publicado nesta quinta-feira em O Estado do Maranhão