
As facções criminosas voltaram a promover ataques incendiários em São Luís, deixando a cidade novamente em clima de barbárie. Após uma trégua de mais de uma semana, eis que a bandidagem ressurgiu com seu furor incessante, punindo cidadãos inocentes por causa dos alegados maus tratos a presos trancafiados no Complexo de Pedrinhas, problema cuja solução é de competência exclusiva dos governantes.
O exército do crime está de prontidão para agir a qualquer momento. A ordem é explorar o fator surpresa, a fim de pegar a polícia desprevenida e facilitar não só os atentados, como também a fuga.
Só ontem, o plano maligno deflagrado há duas semanas foi colocado em prática duas vezes, no fim da manhã, quando o terceiro carro de uma prestadora de serviço à Cemar foi incendiado, no Ipase, e à noite, na Vila Brasil, bairro vizinho ao São Bernardo, onde o segundo caminhão de coleta de lixo foi queimado. Em ambos os casos, houve perda total do patrimônio.
O saldo da mais recente onda de ações criminosas, iniciada na semana que antecedeu o primeiro turno da eleição municipal, é de deixar qualquer um sobressaltado. Até agora, foram incendiados 25 veículos, a grande maioria ônibus do transporte público, e 12 escolas públicas. E tudo indica que o pânico continuará, pelo menos até que o Estado ponha ordem nos presídios de Pedrinhas.
Atônita e vulnerável, a população é vítima do terror imposto por criminosos que não se intimidam com a presença das forças de segurança pública. Movidas por uma audácia nunca vista, as facções criminosas ainda não deram sinal de recuo. Pelo contrário, investem pesado na barbárie e partem para o confronto, se preciso, tendo o imprevisível a seu favor.