Desmoralizado e em desgraça após operação da PF, Flávio Dino tenta criar agenda positiva na Saúde

Bastou a Polícia Federal deflagrar a Operação Pegadores, que desarticulou, há dois dias, um esquema de corrupção milionário de contratação de empresas e centenas de servidores fantasmas na Secretaria de Estado da Saúde (SES), para o governo Flávio Dino passar a divulgar em sua poderosa mídia uma série de realizações no setor. A intenção é criar uma espécie de agenda positiva, para tentar atenuar o impacto devastador do escândalo para o projeto eleitoral comunista em 2018.
Desde que estourou a operação, com a prisão da ex-subsecretária de Saúde, Rosângela Curado, apontada como cabeça do esquema, e a revelação de que figurões do governo, como os secretários Márcio Jerry (Comunicação e Assuntos Políticos) e Carlos Lula (Saúde), mantinham mulheres com altos salários sem dar expediente em seus locais de trabalho, a máquina de divulgação palaciana vem noticiando exaustivamente mutirões de cirurgias ortopédicas, de câncer de próstata e de atendimentos a pacientes portadores de glaucoma. Até a Campanha Nacional de Doação de Sangue, ação promovida pelo Governo Federal e executada nos estados, serve de mote para que os governistas tentem passar ao público a impressão de que a saúde vai muito bem.
Mas, nos bastidores do poder comunista, o clima é de total desespero, com reuniões tensas, trocas de acusações entre gestores, humilhações a subalternos e até consultas a institutos de pesquisa para medir o estrago provocado pela Operação Pegadores. Nas redes sociais, o governador e seu (até agora) super secretário, Márcio Jerry, tentam atribuir a adversários a culpa pela ação policial e acusam a PF de agir sob orientação externa, o que pode lhes render ainda mais desgaste.
Gabinete de crise
Flávio Dino, até então mergulhado de cabeça em uma campanha antecipada à reeleição, sob a vista grossa da Justiça Eleitoral, foi obrigado a dar uma pausa nas viagens pelo interior do Maranhão para montar um gabinete de crise e tentar evitar que todo o governo caia em desgraça, definitivamente.
Os ecos do escândalo são cada vez mais estridentes nas ruas, no Twitter, no Instagram e no Facebook. De terra fértil, as mídias sociais passaram a ser campo minado para os comunistas, acostumados a levar a melhor entre os internautas, que já não demonstram o apoio convicto de outrora.
Como deixou claro o delegado da Polícia Federal Wedson Cajé, coordenador da Operação Pegadores, os fatos investigados se deram em 2015, ou seja, no primeiro ano da gestão comunista. Ainda segundo Cajé, a corrução, “continuou em 2016 e em 2017, infelizmente”, “com o conhecimento do secretário de Saúde, Carlos Lula, que nada fez para barrá-la”, conforme acrescentou a superintendente da PF no Maranhão, delegada Cassandra Ferreira Alves Parazi.
Foram R$ 18 milhões surrupiados da Saúde só no ano de estreia de Flávio Dino no poder. Mas o rombo pode ser ainda ainda maior, pois o esquema se manteve a todo vapor nos dois anos seguinte, com destaque para 2016, quando houve eleição municipal, na qual Rosângela Curado esteve diretamente envolvida, na condição de candidata a prefeita de Imperatriz.
Protagonista da maior derrota eleitoral de Flávio Dino desde sua ascensão ao Palácio dos Leões, Rosângela agora é pivô da maior tragédia política que vitimou o governador até agora. E pode causar ainda mais estrago, caso seja abandonada pelos comunistas.








O Maranhão tem o maior valor do benefício médio do Bolsa Família no Nordeste. As 975.470 famílias contempladas com o auxílio do Governo Federal no estado ganham, em média, R$ 208,18. Em segundo vem o vizinho Piauí, com R$ 204,02.
Para saber o dia em que é possível sacar o dinheiro, deve-se observar o último dígito do Número de Identificação Social (NIS) impresso no cartão. No primeiro dia, recebem as famílias com NIS de final 1. No segundo dia, os cartões terminados em 2 e, assim, sucessivamente.

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