
O transporte público de São Luís já sofre nova ameaça de paralisação pelos trabalhadores rodoviários, que cobram uma lista de reivindicações. Com valores de passagens defasados desde 2019, o sistema vem recebendo tarifas “políticas” sem seguir as regras do contrato, ocasionando queda das operações em toda cidade. Apenas o setor metropolitano, administrado pelo Estado, fez alinhamento anual enquanto em nível municipal, há dois anos a Prefeitura não concedeu nenhum reajuste, como previsto no contrato, ocasionando diversas ações judiciais.
De acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET), o setor de transporte coletivo da capital maranhense vive situação semelhante à de Fortaleza, onde a defasagem entre o valor ideal da passagem e a tarifa inteira paga pelos passageiros está cerca de R$ 3,00 abaixo do calculado. Desta forma, em vez de R$ 4,50, a passagem em Fortaleza deveria ser de R$ 7,27, o que garantiria a cobertura dos custos das empresas, a chamada “tarifa técnica” que em São Luís seria algo em torno de R$ 7,30. Segundo o SET, o sistema tinha 10.000.000 de passageiros pagantes em 2016 e, agora, só tem 4.900.000, uma queda de mais de 50%.
O cálculo da tarifa deve ser público e transparente, deve contemplar os preços dos insumos fundamentais para a manutenção do transporte com os custos fixos para a oferta do serviço à população.
E essa situação repete-se todos os anos sem que o Poder Público tome alguma atitude para garantir o funcionamento normal das empresas e do sistema, com a regularidade dos repasses financeiros para que as empresas possam cumprir seus compromissos com os trabalhadores. Isto evitaria, também, prejuízos à população com a paralisação dos ônibus.
E para complicar ainda mais a situação, fontes já confirmam atrasos nos subsídios da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT).