
O ano de 2016 foi trágico para as concessionárias automobilísticas de São Luís, sobretudo no que se refere à venda de veículos novos. Carros e motos do ano tiveram pouca saída e o número de emplacamentos feitos pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran) caiu mais da metade em relação a 2011. As estatísticas, referentes à idade da frota, mostram que há quatro anos consecutivos, as vendas têm despencado progressivamente.
Em cinco anos, a queda na venda de veículos na capital maranhense foi se acentuando, com discretas recuperações em 2013 e 2014. De 37.563 emplacamentos em 2011, o número caiu para 18.157 em 2016. À exceção dos dois anos citados, a curva foi sempre descendente, fenômeno claramente associado à crise econômica que atingiu o Brasil. O resultado da retração foi dramático para o mercado de automóveis local: demissões e até o fechamento de empresas do setor, como a Cauè, do Grupo Dalcar.
Em números exatos, a queda foi de 51,6%, um duro golpe na economia local e um freio brusco na vaidade de muitos outrora abastados, habituados a trocar de carro todos os anos. Com as finanças do país em baixa, comprar um modelo zero quilômetro tornou-se um luxo, algo acessível para poucos.
Nem as promoções anunciadas pelas concessionárias foram capazes de reabilitar as vendas. Em vez disso, o que se viu – e continua vendo – é a decadência de um segmento antes turbinado por um consumo expressivo, que hoje amarga prejuízo e registra até protesto de rua de funcionários com salários atrasados.
Não há, até agora, um único indício de que a venda de carros e motos zero recuperará o fôlego. Salvo alguns raros investimentos, a tendência continua sendo de retração, confirmada pelos números já contabilizados este ano pelo Detran: 1.173 emplacamentos, volume inexpressivo se comparado ao passado.