
Cerca de 300 monitores da Fundação da Criança e do Adolescente (Funac) estão sem salário por causa de uma manobra feita para evitar mais desgaste, após o escândalo do aluguel camarada, publicado em primeira mão por este blog, em janeiro. De acordo com a denúncia, a direção da Funac usou o recurso destinado ao pagamento dos salários dos monitores para quitar uma dívida com a empresa que fornece as refeições aos adolescentes infratores que cumprem medida socioeducativa na Unidade Canaã do Vinhais.
As pendências vês se arrastando desde janeiro deste ano, sem que tenha sido dada, até hoje, qualquer satisfação aos trabalhadores. Sem vencimentos, os servidores, responsáveis por fiscalizar a rotina dos menores em conflito com a lei dentro das unidades de ressocialização, exigem solução imediata para o problema, ao mesmo tempo em que acusam a Funac de tratá-los com descaso.
Os monitores reforçam o apelo, alegando que o trabalho que exercem é de risco, pois convivem com adolescentes violentos, muitos envolvidos com facções criminosas. Só na unidade do Vinhais, são 97 internos, o que exige preparo físico e psicológico para lidar com situações de tensão, como insultos e ameaças. Com a vida em perigo a todo instante e sem remuneração, eles lamentam as condições subumanas às quais estão relegados.
Para piorar, quase todos os dias obtêm a promessa de que os salários serão pagos no dia seguinte, o que, segundo eles, não passa de uma artimanha para enganá-los e evitar uma possível paralisação ou outras manifestações de descontentamento.
Ao tratar os monitores com descaso, a Funac dá mais uma clara demonstração de que a prioridade na fundação é manter as aparências, enquanto inverte prioridades, pagando aluguel de imóvel pertencente a membro do governo filiado ao PCdoB, partido do governador Flávio Dino, e agora sonegando salários.