O governador Flávio Dino (PCdoB) não fez qualquer menção, pelo menos publicamente, à “Escola Digna” cujo teto desabou, no último dia 5, em Olho d’Água das Cunhãs, em audiência com o prefeito do município, nesta terça-feira, no Palácio dos Leões. O caso teve repercussão amplamente negativa para o comunista, que negou que a unidade de ensino tenha passado por obras em sua gestão, mas foi desmentido categoricamente por estudantes e professores.
Segundo alunos e educadores, o Centro de Ensino Médio José de Matos de Oliveira (antigo Marco Maciel) recebeu apenas pintura, que incluiu a mudança da logomarca do governo Roseana para a de Flávio Dino. Ainda de acordo com eles, bastou essa maquiagem para que a unidade de ensino fosse incluída no pacote de mais de 700 “Escolas Dignas”, assim batizadas após terem sido reformadas, revitalizadas, construídas ou passado por algum tipo de manutenção na presente gestão.
Audiência
Sobre a audiência com o prefeito, matéria jornalística distribuída nesta tarde pela Secretaria de Estado da Comunicação Social e Assuntos Políticos (Secap) lista uma série de promessas feitas por Flávio Dino ao prefeito Rodrigo Oliveira (PDT), mas omite o caso da escola onde o teto do pátio desabou, quase provocando uma tragédia, pois faltavam apenas 10 minutos para o intervalo (recreio), quando o espaço costuma ser ocupado pelos estudantes.
Com apenas quatro parágrafos, o texto pela superficialidade e pobreza de informações. A matéria anuncia que o governador fechou parcerias com o prefeito, entre as quais a que prevê a inclusão da cidade no cronograma de serviços do programa Mais Asfalto. O redator ainda cita outras obras que serão realizadas no município, como frutos da tal parceria, mas não revela quais são, como se o autor tivesse recebido orientação superior para não fornecer detalhes sobre o que foi tratado no encontro.
A impressão é que o desabamento do teto da escola, de tão delicado, fora abordado apenas nos bastidores. Até porque é pouco provável que a ida do prefeito ao palácio governamental menos de uma semana após o incidente tenha sido mera coincidência.
