Pesquisa da Fecomércio-MA aponta que estabilidade no endividamento e queda na inadimplência reforça melhora no perfil financeiro das famílias

São Luís, 14 de agosto de 2025 – A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Maranhão (Fecomércio-MA) em parceria com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), registrou em julho de 2025 estabilidade no endividamento das famílias em São Luís, passando de 69,2% para 69,3%. O resultado sinaliza uma acomodação após oito meses consecutivos de queda, iniciada em novembro de 2024, e indica maior previsibilidade nas finanças domésticas.
O destaque do levantamento foi a redução da inadimplência, que caiu de 29% para 27,3%, menor índice desde maio de 2020, aproximando-se do patamar pré-pandemia. Essa melhora é atribuída à substituição de modalidades de crédito mais caras, como o cartão rotativo, por alternativas mais acessíveis, como o consignado – cujo volume cresceu 11,8% em 12 meses, segundo o Banco Central – e à entrada em vigor da Lei 14.690/2023, que limitou os juros do cartão de crédito.
A recuperação do mercado de trabalho também tem desempenhado papel importante nesse cenário. Entre janeiro e maio de 2025, a Grande Ilha de São Luís gerou 5.973 empregos formais, especialmente nos setores da construção e serviços. Programas de transferência de renda, como Bolsa Família, Auxílio Gás, Pé-de-Meia e Maranhão Livre da Fome, contribuíram para aliviar a pressão sobre o orçamento das famílias de menor renda, garantindo o consumo básico e evitando endividamentos mais severos.
O cartão de crédito continua sendo a principal modalidade de dívida para os consumidores (77,3%), chegando a 78,8% entre os de menor renda. Já nas famílias de maior poder aquisitivo, prevalecem financiamentos de veículos (43,1%) e imobiliários (25,5%). A taxa média de comprometimento da renda com dívidas se manteve em 30,1%, com prazo médio de 6,3 meses para quitação.
A redução da inadimplência também reflete a ampliação de renegociações e a atuação de bancos digitais que reestruturam dívidas antes da negativação. Entre os inadimplentes, 59,9% afirmam ter condições de quitar parte de seus débitos e 18,2% dizem que poderão pagar o valor total. O tempo médio de atraso é de 60 dias, sendo que 64,3% dos casos estão entre 30 e 90 dias – faixa considerada de recuperação potencial pelo sistema financeiro.
Para o presidente da Fecomércio-MA, Maurício Feijó, o resultado reforça um cenário mais equilibrado de consumo entre os ludovicenses. “Os números mostram que estamos retomando o controle sobre as finanças domésticas. O acesso a crédito mais barato, aliado à recuperação do emprego e à manutenção de políticas de apoio à renda, cria condições melhores para o consumo, fortalecendo a economia local”, destacou o presidente.